03 abril 2016

Resenha | A Irmandade Perdida

Olá! Tudo bem, tracinhas leitoras?
O bom do domingo é poder ler a tarde toda sem estresse. Aqui em casa funciona legal, depois do almoço posso ler bastante, porém resolvi dar uma pausa e vir resenhar um romance muito lindo para vocês? Bom não é?
Então, resenhei A Irmandade Perdida, um lindo livro da escritora Anne Fortier. A mesma que escreveu Julieta, romance lançado também pela Arqueiro. Então, esse é o segundo livro de Annie publicado aqui no Brasil. Vou contar para vocês minhas impressões sobre a obra...

A Irmandade Perdida - Anne Fortier

 Diana Morgan é professora da renomada Universidade de Oxford. Especialista em mitologia grega, tem verdadeira obsessão pelo assunto desde a infância, quando sua excêntrica avó alegou ser uma amazona – e desapareceu sem deixar vestígios.No mundo acadêmico, a fixação de Diana pelas amazonas é motivo de piada, porém ela acaba recebendo uma oferta irrecusável de uma misteriosa instituição. Financiada pela Fundação Skolsky, a pesquisadora viaja para o norte da África, onde conhece Nick Barrán, um homem enigmático que a guia até um templo recém-encontrado, encoberto há 3 mil anos pela areia do deserto.Com a ajuda de um caderno deixado pela avó, Diana começa a decifrar as estranhas inscrições registradas no templo e logo encontra o nome de Mirina, a primeira rainha amazona. Na Idade do Bronze, ela atravessou o Mediterrâneo em uma tentativa heroica de libertar suas irmãs, sequestradas por piratas gregos.Seguindo os rastros dessas guerreiras, Diana e Nick se lançam em uma jornada em busca da verdade por trás do mito – algo capaz de mudar suas vidas, mas também de despertar a ganância de colecionadores de arte dispostos a tudo para pôr as mãos no lendário Tesouro das Amazonas.Entrelaçando passado e presente e percorrendo Inglaterra, Argélia, Grécia e as ruínas de Troia, A irmandade perdida é uma aventura apaixonante sobre duas mulheres separadas por milênios, mas com uma luta em comum: manter vivas as amazonas e preservar seu legado para a humanidade.

Cortesia Editora ARQUEIRO 










Eu sou uma grande fã de ficção histórica, gosto mesmo de história e fico eufórica quando encontro um livro que possa me ensinar sobre fatos que já aconteceram, se esse livro mesclar tudo isso numa bela história de amor então...
Amo ler um livro bem pesquisado que faz o passado ganhar vida. Quando um autor pode envolver minha imaginação e me ensinar um pouco de tudo, misturando as ocorrências da vida real com personagens reais e fictícios, bem, vamos apenas dizer que isso me torna uma leitora encantada! E também a razão pela qual eu realmente gostei de A Irmandade Perdida é que Anne recontou de maneira bem diferente  a histórica das míticas Amazonas.
A obra nos conta sobre Diana, uma professora de Oxford especializada em Filologia. Seu fascínio pela história das Amazonas, mulheres guerreiras lendárias da Grécia antiga está profundamente ligada com a da sua própria família; sua avó, em particular. Quando Diana é convidada para consultar sobre uma escavação arqueológica, ela rapidamente percebe que finalmente poderá encontrar a prova de que as Amazonas eram reais.
Como em Julieta, o primeiro romance da autora, essa história se divide em duas, presente e passado se misturam criando uma paisagem incrível e fascinante. Diana é o presente, a professora que se vê quase ridicularizada por perseguir uma lenda que ninguém acredita. As irmãs Lilli e Mirina são o passado, suas vidas estão no Norte da África na Idade do Bronze Tardia. A luta de ambas (Mirina e Lilli) para sobreviver, nos leva através da antiga Atenas e Troia, onde o romance reinventa a nossa perspectiva sobre a famosa Guerra de Troia. Mirina com sua força de espírito fenomenal luta para salvar sua irmã, depois se encanta por um homem, algo que poderá ser a ruína dos dois. Ela enfrenta fome, frio, calor, dor, ela ajuda outras mulheres que foram espancadas, estupradas, maltratadas, sequestradas. Ela se torna mulher sabendo que isso poderá ser a ruína do seu grande amor e desobediência a Irmandade (sua religião). Ela enfrenta tudo, tem alma de Amazona, tem força de guerreira.
"Só os homens fracos querem que as mulheres sejam fracas ."
O romance é cheio de personagens interessantes e fortes, climas exóticos e um enredo paralelo que nos consome. Isso funciona para mim, sei que tem leitoras que não gostam do ir e vir de histórias assim. Mas se você gosta de uma boa trama história vai se sentir muito à vontade. Os personagens principais são todos baseados em mulheres fortes e determinadas, tons feministas sutis o suficiente para que você possa abraça-los e aprender, ou ignorar e apenas curtir o passeio, ou seja, a leitura.
Os flashbacks históricos foram definitivamente minha parte favorita. Senti-me empurrada através do tempo e dos capítulos, como se pudesse estar lá e de repente voltar para um café com os amigos. Surpreendente a bagagem da obra e a leveza da mesma. Diana, a protagonista feminina foi uma personagem adorável, ela demonstrou algumas fraquezas irritantes (houve vários momentos que eu queria dar uns tapas da cara dela), mas foi surpreendendo no decorrer do livro, se fortalecendo e ganhando minha simpatia.
Eu achei que alguns personagens coadjuvantes ficaram um pouco planos, sem intensidade, mas não prejudicou o andar da carruagem, o romance, quando aconteceu foi bem bacana, no entanto achei também que precisava de um pouco mais de química. Como a romântica que sou, queria muito mais, mais “pegada”, se é que me entendem.
De uma perspectiva geral as duas histórias são robustas, bem contadas, os detalhes são extraordinários. O mistério e as intrigas em ambos os tempos são de fazer roer as unhas, mantiveram o meu interesse e atenção ali, nas páginas, não me despreguei do livro enquanto não o terminei, só parando pra fazer e comer minhas refeições. Fortier constrói a tensão de forma consistente e deixou apenas alguns fiapos suficientes para um leitor inteligente começar a descobrir alguns elementos da história por conta própria.
Preciso comentar outra coisa, enquanto li me recordei de outro livro, O Incêndio de Troia, escrito pela maravilhosa, Marion Zimmer Bradley. Fui sentindo certas peculiaridades principalmente quando Mirina, lá do passado, encontra Paris.
Paris esse que me enfeitiçou por completo. No livro de Zimmer ele me deu nos nervos. Mas Anne Fortier me presenteou, nos presenteou com um Paris digno dos deuses, homem forte, íntegro, forte e capaz de tudo pela mulher amada. Foi nessa hora, nesse bendito segundo que o livro deixou de ser lindo e entrou para meus favoritos. 
Anne é uma grande contadora de histórias e não atola o enredo na lama com os extras que parecem fazer parte integrante deste gênero de literatura (mapas, estradas e batalhas e outras coisas históricas que provavelmente são importantes, mas difícil imaginar, para algumas pessoas no geral) lido bem com minha imaginação nessas horas, até demais.
A autora nos dá o que precisamos para que o passado e o futuro combinem e não deixa falhas no tempo – Uma grande história com personagens com uma linguagem precisa, de fácil entendimento. Ela nos dá um mundo dentro de outro e tudo fica fácil de lidar, de imaginar.
São 523 páginas, não tenha medo, quando a história te fisgar o fim te deixará de ressaca literária, juro. Recomendo para leitores que como eu, gostam de ficção histórica.









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11 comentários:

  1. Olá, tudo bem?
    Amei a sua resenha, confesso que esse livro não tenha me interessado bastante ao ponto de iniciar a leitura. Porém, sei que a autora tem uma ótima escrita e não é a toa que só vejo elogios referente a mesma.
    Tenho mais curiosidade em ler o livro Julieta. Enfim, parabéns pelo blog.
    Beijos, Luan. ;)

    http://carpediemliterariobr.blogspot.com.br/

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  2. Oi Viviane!

    Adorei ler sua resenha,porque conseguiu deixar o livro bastante interessante. Gostei de saber que o livro contém Flashback porque eu gosto muito quando o livro tem histórias do passado. Sua dica está anotada e com certeza é um livro que merece ser lido.

    Bjos

    http://historiasexistemparaseremcontadas.blogspot.com.br/

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  3. Que saudades das suas dicas de leitura, Vivi! Adorei saber sua opinião sobre esse livro. Eu já o tinha colocado entre os que desejo ler, porque gostei do enredo que a autora propõe. Mas saber a sua opinião é sempre bem-vindo. Gostei de saber, por exemplo, que a obra apresenta passado e presente, com enredos que ocorrem paralelamente e com personagens tão bem caracterizados. Eu nada sei sobre as amazonas, sabe? Devo me envergonhar disso. Reconhecer que a autora fez uma densa pesquisa para ambientar e dar vida a esses seres míticos me anima! Quero ler, e espero fazê-lo ainda esse ano.

    Beijos!
    www.myqueenside.com.br

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  4. Oie!!!
    Sou louca para ler esse livro, gosto muito de ficção histórica assim como você. Me apaixonei pela Anne quando li Julieta, que é um dos meus livros favoritos da vida. Espero poder ler Irmandade Perdida muito em breve.
    Adorei a resenha ;)
    bjs

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  5. Ai, agora já quero ler!!! <3
    Fiz uma resenha sobre os livros de Robert Galbraith (JK Rowling), afinal o terceiro já vem aí!!
    Dêem uma passada lá! <3
    http://livrosideiascoisasetal.blogspot.com.br/

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  6. Oi Vivi!
    Mulher, tuas resenhas são sempre maravilhosas isso é fato! E sim, amo livros que contam duas histórias... que migram entre o passado e o presente.
    Li Julieta, da Fortierbe amei. Acho que vou gostar desse tbm.
    Obrigada pela dica!
    Beijos!
    Lua.

    http://www.luahmelo.blogspot.com

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  7. Oi Vivi!
    Mulher, tuas resenhas são sempre maravilhosas isso é fato! E sim, amo livros que contam duas histórias... que migram entre o passado e o presente.
    Li Julieta, da Fortierbe amei. Acho que vou gostar desse tbm.
    Obrigada pela dica!
    Beijos!
    Lua.

    http://www.luahmelo.blogspot.com

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  8. Olá Vivi, que saudade de vir aqui ler suas resenhas. Estou de volta! o/
    Nossa, percebi todo seu entusiasmo ao ler esta resenha, confesso que gosto um livro de ficção história e se juntar com mitologia então, aí que gosto de ler mesmo. E é muito bom saber que ela não deixa pontas nas mudanças do tempo.. Caraca, Vivi, não pensava que tinha tantas páginas.

    Lucas - Carpe Liber
    http://livrosecontos.blogspot.com.br/

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  9. Olá! Que bela resenha! Adorei a capa, a citação, e a narativa, ainda mais sendo ficção histórica!

    Beijos
    http://albumdeleitura.blogspot.com.br

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  10. Olá! A premissa da historia é incrível, mas confesso que não me instigou a ponto de começar a leitura, tal como a outra obra dela, Julieta. Mas creio eu que é só coisa de momento e que em breve, principalmente depois dessa resenha maravilhosa, eu possa vir a querer iniciar a leitura.

    Beijinhos da Mady.

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  11. Olá Vivi!
    Desde que vi a capa desse livro me interessei. Saber que o livro é bem construído, que fala sobre história me deixa mais curiosa para ler. Não me lembro de ter lido nada sobre Amazonas então seria uma leitura ótima para conhecer mais sobre essas mulheres.
    Adorei a sua resenha.
    Beijinhos!

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