08 novembro 2014

Resenha| Sete dias Sem Fim - Jonathan Tropper

Olá leitores queridos!
Tudo bem com vocês?
Hoje venho bem animada falar dessa obra para vocês pois esse livro é muito bom. 
Desde que li uma resenha super positiva dele no blog da Jacqueline o  My book lit, fiquei bem interessada em lê-lo e quando a Arqueiro o relançou logo solicitei para leitura e resenha. 
Então, curioso sobre minha opinião? "Sigam-me" os bons leitores. \\\o




  Judd Foxman pode reclamar de tudo na vida, menos de tédio. Em questão de dias, ele descobriu que a esposa o traía com seu chefe, viu seu casamento ruir e perdeu o emprego. Para completar, seu pai teve a brilhante ideia de morrer. Embora essa seja uma notícia triste, terrível mesmo é seu último desejo: que a família se reúna e cumpra sete dias de luto, seguindo os preceitos da religião judaica. Então os quatro irmãos, que moram em diversos cantos do país, se juntam à mãe na casa onde cresceram para se submeter a essa cruel tortura. Para quem aprendeu a vida inteira a reprimir as emoções, um convívio tão longo pode ser enlouquecedor. Com seu desfile de incidentes inusitados e tragicômicos, Sete dias sem fim é o livro mais bem-sucedido de Jonathan Tropper. Uma história hilária e emocionante sobre amor, casamento, divórcio, família e os laços que nos unem – quer gostemos ou não.
Autor: Jonathan Tropper| Editora: | Edição: 2| Ano: 2014| Páginas: 304 

Minha resenha

Família é tudo, mas família vem acompanhada de muitas doses de complicações e sentimentos diferentes, intrincados e até mesmo bizarros.
Quando a família Foxman se reúne para lamentar a morte de seu patriarca no livro de Jonathan Tropper tudo pode acontecer.
A viúva do falecido e seus quatro filhos embalam muito mais piadas do que a situação merece e numa narrativa que mistura sensibilidade com delicadas e pequenas doses de humor negro vão fazer você parar para pensar. Mas pensar em quê? Na morte talvez? Ou em viver melhor com o que tem?
Não é que com suas piadas sem noção ou com seu humor corrosivo eles não amem o falecido. Também não é que eles não sejam sentimentais, não mesmo.
"- Papai morreu – diz Wendy sem a menor cerimônia, como se isso já tivesse acontecido antes, como se acontecesse todo dia. Às vezes dá nos nervos esse jeito dela de nunca se abalar, mesmo diante da pior tragédia. – Faz duas horas.
- Como está mamãe?
- Ah, daquele jeito dela. Queria saber quanto dar de gorjeta ao legista."
Em um familiar tom irônico Tropper  apresenta essa família divertida e sombriamente disfuncional.
“Você precisa de GPS para seguir a vida sexual dessa família”, diz Judd Foxman, narrador justificadamente melancólico dessa história. Judd está depressivo pela perda não só de seu pai, mas também de sua esposa.
Para piorar ele a perde para seu chefe, Wade Boulanger, o ancora mesquinho e chato de um programa de rádio. Wade é tão abominável que as esposas da maioria dos homens da rádio o odeiam, mas não a esposa de Judd. Com uma malícia sincera que funciona bem nessa parte da narrativa ele diz que Wade não poderia ter um câncer de pâncreas ruim o suficiente para satisfazê-lo.
"Não há nada na vida, nada mesmo, que nos prepare para a experiência de ver nossa mulher trepando com outro homem. É um daqueles acontecimentos surreais que imaginamos em um ou outro momento, mas sem qualquer definição, como morrer ou ganhar na loteria."
Mas como não escolhemos o que o destino nos reserva nosso protagonista precisa retornar ao seu lar de infância onde reencontrará amigos de velhos tempos, parentes e seus três irmão. A ocasião:
O ritual de uma semana judaica pra cumprir a Shivá. (Shivá ou Shiv'ah (do hebraico שבעה "sete" ) é o nome dado dentro do judaísmo para se referir ao período de sete dias de luto mantidos pela morte de uma pessoa próxima.)
Os Foxman estão atravessando o momento do luto religioso, mesmo que ninguém nessa casa seja particularmente devoto. Mas como era o desejo  do Sr. Foxman (o morto) todos resolvem cumprir a Shivá.
O Sr. Foxman falava como ateu, mas levou seus filhos à sinagoga aos feriados. Como era um homem de poucas palavras seus filhos não o conheciam muito bem, no entanto, no passar da semana eles vão saber muito mais sobre ele, sua mãe e sobre si mesmos.
Na criação dos personagens dessa obra o autor conseguiu uma animada mistura.
A viúva é uma divertida mulher de 63 anos de idade que se veste com roupas apertadas feito uma atriz pornô. Judd tem uma irmã, Wendy, com quem ele costumava conspirar para assustar a mãe enérgica e imparcial. Os dois uma vez escreveram no diário de Wendy sobre uma amiga ter lhe dado pílulas para vomitar, sabendo que a mãe esmiuçava o diário da moça sem remorsos para descobrir seus segredos. Assim, quando lesse sobre as pílulas e uma possível anorexia a viúva ficaria maluca.
Wendy estava lá na casa dos pais com o marido Barry, um empresário refinado que mantém uma atitude indiferente para eventos familiares, se esses eventos são felizes ou funesto para ele não tem a mínima diferença.
Mas como a maioria dos personagens Barry camufla bem seus sentimentos.
Um dos irmãos de Judd, Paul, tem uma história terrível com Judd, que é grande responsável pela sempre presente tensão entre eles. Phillip, outo irmão, é um alegre mentiroso.
Uma das regras da Shivá requer que os enlutados entrem em constantes conversas com as visitas e entre si. Philip inventa uma ampla gama de respostas quando o perguntam sobre o que andava fazendo no longo período em que ficou sem falar com a família. Desde liderar fundos de uma equipe de biotecnologia privada, passagens sobre o Oriente médio e Washington até um novo projeto com Steven Spielberg estas estão entre as mentiras que ele oferta a todos.
Embora o diálogo de Tropper seja rápido e ameno, seu livro tem alicerce, fundamento. A morte de um pai que parece prever que se a família for colocada junta as coisas vão se acertar, automaticamente quando  “emparedados” dentro de casa os filhos e a esposa vão se unir, se entender. E apesar de todas as piadas cáusticas e de todo o distanciamento e do sofrimento que temos quando nos deparamos com a verdade de cada um, sentimos que quando unidos através do amor ou da dor cada aresta aflora para ser aparada.
Mesmo arriscando ser exagerado, dramático o autor fecha a maioria dos capítulos com notas abruptamente tristes. Mas funcionou para mim, de maneira maravilhosa. Nessas horas eu pensava no ditado - "Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi", ditado ou trecho de música, não sei bem, mas é o que me aconteceu, lágrimas e sorrisos entremeados numa história perfeita.
Mais como uma receita, Tropper descontroladamente fantasia a saudade de Judd pela esposa perdida, Jen. Judd é o tipo de cara muito romântico. Mas quando Jen reaparece com a notícia de que Judd perdeu o pai, mas que também será pai, a ideia de paternidade assume verdadeiro significado.
O autor dá um encantamento cínico às observações de Judd, isso nos aproxima do personagem sentindo sua dor e dúvidas, mesmo quando ele demonstra sentir o contrário
São 295 páginas para que você entenda cada um dos personagens e suas peculiaridades. Os que mais me agradaram foram a mãe de Judd e Phillip porque são alegres e autênticos. Outros personagens que chamam atenção são Jenny, um amor do passado de Judd, Horry e Alice. Judd vai relembrando de sua vida e tentando dar rumo a sua nova situação. O livro me emocionou me fez rir e chorar e achei justa e equilibrada a maneira como terminou.
O autor nos afunda de tal maneira à introspecção de cada personagem que sem percebermos fazemos uma análise de nossa própria vida e atitudes. Perdas e ganhos, essa é a vida, precisamos lidar com tudo com sabedoria e bom humor, foi isso que ficou no meu coração ao terminar essa leitura, que recomendo com cinco estrelas, entrou na minha estante de favoritos.






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8 comentários:

  1. Eu gostei bastante da sinopse desse livro, tanto que quando fiquei sabendo do lançamento, ele foi direto para os meus desejados. Parece ser uma história bem divertida, estou ansiosa para lê-la. Beijos!

    http://frases-perdidas.blogspot.com.br/

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  2. Oi Vivi
    Adorei essa história, com certeza vou ler! Esse livro me fez lembrar o filme "Morte no Funeral com o Matthew Macfadyen.
    Parabéns pela resenha ficou ótima

    Beijinhos
    Renata
    http://escutaessa.blogspot.com.br/2014/11/resenha-louca-por-voce-de-m-leighton.html

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  3. OI Vivi!
    Que resenha maravilhosa mulher! Pela capa eu confesso que nunca ia pegar para ler, me remete a posters de filmes que geralmente eu não gosto! Mas vc soube me conquistar com a resenha. Essa relação entre família e morte sempre é uma questão que me emociona, fiquei curiosa com essa jogada do autor no final dos capítulos e parece que ele soube dosar bem o enredo para ficar bem equilibrado entre o humor e o drama! Curti a resenha e o livro! Parabéns florzinha! Beijos

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    Respostas
    1. Na verdade vão fazer o filme do livro, Paula.
      Essa capa é do filme mesmo...rsrs. Mas eu creio que o filme será bacana, quero assistir. Os atores são de peso e tal, isso já vale algo não é?
      O livro foi lançado pela Arqueiro a mais tempo com outra capa, e agora a editora relançou com essa, como andam fazendo quando fazem adaptação para o cinema, eu confesso que amo a primeira capa, mas a história não mudou e realmente vale a pena.
      Beijos e obrigada pela visitinha. ^^

      Confira a capa original aqui no skoob: http://www.skoob.com.br/livro/319531-sete-dias-sem-fim

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    2. Imaginei mesmo isso! Sempre acabam relançando novamente com a capa dos filmes, as vezes acho até bonitas, mas como leitora mesmo prefiro ter as capas dos livro originais!

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  4. Ahh q legal *---* Parece ser um livro bem chamativo. E a capa tambem ficou legal :D

    Abraços
    David Andrade
    http://www.olimpicoliterario.com/

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  5. Vivi-sua-linda,
    Eu "não dava nada para esse livro", até ler a sua resenha. Estou começando a achar que você tem o dom de me fazer desejar qualquer livro que a encante! (haha) Eu adoro histórias que abordam contextos familiares. Modern Family é um dos meus seriados favoritos, então, acredito que adorarei esse livro! Já assisti a um filme que era semelhante a essa história… Os filhos e a mãe viúva precisaram conviver por uma semana devido ao último pedido do pai falecido. Lembro que ri muito durante o filme, mas por conter tanto humor negro como você mencionou aqui. Eu gosto desse lance "tragicômico". O lado obscuro da vida que nos deixa sempre surpresos por reconhecê-lo um pouco em nós mesmos, um pouco nos outros, um pouco em cada lugar.
    Você assistiu ao filme "O melhor pai do mundo", do ator Robin Williams? Enquanto lia sua resenha, lembrei do clima daquele filme. A morte parece ter seus próprios métodos de nos transformar.

    Com certeza, lerei esse livro, flor! Já o adicionei à minha estante no Skoob. :D

    Beijos =*
    http://www.myqueenside.blogspot.com

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  6. Oi, Vivi.
    Não conhecia o livro e por esta capa eu simplesmente nunca me interessaria, mas depois da sua resenha vou pensar em ler. Não sei se vou gostar da trama, apesar de amar temas familiares, mas vou tentar e ter minha opinião.

    Beijos

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