12 agosto 2014

Resenha| Nosferatu - Joe Hill

Olá leitores, tudo bem com vocês?
Espero que estejam bem e lendo muito. Minhas leituras estão lentas esse mês. Notei isso principalmente depois de ter terminado a leitura de "Nosferatu", lançado pela editora Arqueiro. Esse livro é tenso, mas vocês vão saber mais sobre minhas impressões ao ler a resenha.

  Victoria McQueen tem um misterioso dom: por meio de uma ponte no bosque perto de sua casa, ela consegue chegar de bicicleta a qualquer lugar no mundo e encontrar coisas perdidas. Vic mantém segredo sobre essa sua estranha capacidade, pois sabe que ninguém acreditaria. Ela própria não entende muito bem.
Charles Talent Manx também tem um dom especial. Seu Rolls-Royce lhe permite levar crianças para passear por vias ocultas que conduzem a um tenebroso parque de diversões: a Terra do Natal. A viagem pela autoestrada da perversa imaginação de Charlie transforma seus preciosos passageiros, deixando-os tão aterrorizantes quanto seu aparente benfeitor.
E chega então o dia em que Vic sai atrás de encrenca... e acaba encontrando Charlie.
Mas isso faz muito tempo e Vic, a única criança que já conseguiu escapar, agora é uma adulta que tenta desesperadamente esquecer o que passou. Porém, Charlie Manx só vai descansar quando tiver conseguido se vingar. E ele está atrás de algo muito especial para Vic.
Perturbador, fascinante e repleto de reviravoltas carregadas de emoção, a obra-prima fantasmagórica e cruelmente brincalhona de Hill é uma viagem alucinante ao mundo do terror.

Autor: Joe Hill| Edição: 1| Editora: Arqueiro| Ano: 2014| Páginas: 624 

O livro "Nosferatu" foi cedido como cortesia pela editora Arqueiro

Minha resenha

Engraçado como uma história pode nos deixar sem ação, vou explicar melhor... Não estou conseguindo encontrar uma forma de escrever sobre Nosferatu sem contar tudo, ou deixar de contar os ganchos necessários para incentivá-los a ler o livro, que é meu favorito no quesito terror e que me tirou três noites de sono.

Mas, como eu preciso falar sobre a escrita do Joe Hill eu vou tentar ser concisa e não revelar a bizarrice toda. Pode ser?
Então vamos lá...
Quando começamos o livro damos de cara com um prólogo sombrio que se passa dentro do Presídio Federal de Englewood – Colorado, mais precisamente na unidade de tratamentos prolongados.
No quarto de um paciente pra lá de sinistro a enfermeira Ellen Thornton se desliga do mundo para tratar de um homem em estado de coma. 
Ele é Charlie Manx.
Ela está levando para ele uma bolsa de sangue aquecido, e nunca pensa muito quando está com o paciente. Ela tenta esquecer o que ele tinha feito com garotinhas e menininhos que haviam cruzado seu caminho. Algumas dessas crianças com a idade de seu filho Josiah. Se ela pensasse poderia enlouquecer. Mas hoje foi diferente. 
Charlie agarra o braço de Ellen e fala:
- O seu filho Josiah... – Tem um lugar para ele na Terra do Natal junto com as outras crianças. Eu poderia dar a ele uma nova vida. Poderia dar a ele um lindo sorriso novo. E lindos dentes novinhos em folha.
A enfermeira grita por socorro e fica insana ouvindo o nome do filho na boca do pavoroso homem. Mas ninguém acredita nela, todos acham que foi o cansaço que a levou a ver coisas, pois o paciente está em coma há anos e não seria possível que tivesse forças para deixar as marcas no braço de Ellen, mas as marcas estão ali, visíveis.
A ação tem início desde as primeiras palavras escritas pelo autor, e a partir desse momento não tem fim.
Charlie não é totalmente humano (na verdade não sei como defini-lo, com certeza é um maníaco psicopata) ele também não é um vampiro como outros com os quais estamos acostumados, ele é um vampiro de alma. Para manter-se ele precisa de crianças, e ele as leva para seu mundo doentio e macabro, a Terra do Natal. Imagine um Willie Wonka do terror, Charlie Talent Manx é dez vezes pior.
Ele dirige o NOS4A2, nome de seu rolls royce Wraith 1038, quando ler a história vai compreender o NOS4A2, o carro é um espectro, nele Charlie transporta as crianças ao seu parque.
Um parque à lá Salvador Dali, onde todos os dias são Natal e tudo é sinuoso e complicado de entender. Onde as crianças vivenciam a felicidade e seus sonhos de maneiras tortuosas e medonhas, tudo pinga sangue, e quando não pinga sangue literalmente você pode esperar coisas piores.
Bom, o leitor pode pensar:
- Ok, viver num lugar onde todo dia é natal e cheio de presentes.
Mas não acontece bem assim. A não ser que você não se importe de ser sequestrado, deixando todos os seus entes queridos para trás e viver na construção diabólica da mente de Manx, que de alguma forma faz tudo se tornar real fisicamente. Olhar para a boca de Charlie é um pesadelo a parte, porque ao invés de dentes ele possui pequenas fileiras de ganchos e seu sorriso não deve ser dos mais lindos de se ver. Um vampiro de almas, isso é o que ele é.
A protagonista de Hill, Victoria McQueen é uma menina como outra qualquer, filha única de um casal que vive brigando. Para sair da rotina tensa em que vive os pais ela pega sua bicicleta e pedala para a floresta que tem atrás do quintal de sua residência. Mas Victoria é igual Charlie, não, ela não é uma vampira. Ela tem um talento, assim como o monstro Manx tem o dom de transportar as mentes de suas crianças para seu mundo, ela pode “encontrar coisas”.
A bordo de sua Raleigh Tuff Burner (marca da bicicleta) ela pode atravessar a Ponte Shorter Way perto de sua casa (detalhe: a ponte foi demolida há anos) e ser transportada para a terra dos objetos perdidos que ela quer encontrar.
"- Se livros fossem mulheres e ler fosse foder, isto aqui seria o maior puteiro do país e eu, a cafetina mais implacável que já se viu. Dou t-t-tapas na bunda das meninas e mando-as ir à luta com a maior frequência que posso."
Numa dessas “viagens” através da ponte ela vai parar na casa de Charlie Manx, é capturada por ele, descobre sobre suas tendências, vê uma criança vampira e quase morre queimada dentro da despensa. 
O autor nos presenteia, se é que posso chamar de presente às histórias de como várias de suas vítimas foram sequestradas por ele e seu ajudante Bing. Bing é um homenzinho medíocre. Ele assassinou seu pai e estuprou e matou sua mãe, desde então essa se torna sua psicose. Charlie o escolhe para ser seu “Igor”. Ele precisa se livrar dos papais e das mamães que estão no caminho de seu chefe.  Algumas dessas mães são levadas para o porão de Bing e lá elas são drogadas e estupradas até ele se cansar, daí ele as mata.
E é bem assim, são várias historinhas que mescladas vão nos dando a visão exata de quem é Charlie, Bing e Victória.
Vic cresce no caminho do vício, a reabilitação psiquiátrica finalmente a convence de que suas viagens e o encontro com Manx eram todos produtos de sua imaginação doente. Então ele reaparece e sequestra o filho de Vic, e ela volta para o caminho mais curto imprudentemente.
Num frenesi ela sai em busca de seu filho, custe o que custar.
Vi muito de Stephen King não na escrita do Joe Hill, mas em determinados objetos e até em trejeitos dos personagens. Não interpretei como alguma cópia da escrita de seu pai (para quem não sabe Joe Hill é filho do aclamado escritor Stephen King). Achei que foi uma linda e honrosa homenagem de filho para pai.
Um exemplo: quando li sobre a reforma do rolls royce feita pelo personagem Nathan, na hora lembrei-me de Christine. Livro de terror no qual o carro ganha “vida” e mata todos que estão contra ele.
Mas fica só nisso, traços que vão dando a nítida realidade de que o autor alegremente quis homenagear seu pai, pois Hill tem sua própria escrita e preciso jogar louros a ele. Ele é único em sua abordagem e deixa o leitor de sobreaviso e tenso durante toda a leitura. E é isso que um livro de terror precisa causar. Ele leva o seu tempo básico na construção da história nos alinhavando aos personagens e culmina o horror estonteante terço final do livro, e lá chegando, confie em mim, você não vai conseguir dormir tão cedo.
Sou fã de Stephen, gosto de sua maneira meio louca de contar horror. Mas agora com Joe Hill posso dizer com certeza que consegui mais um herói do terror para admirar.
Sei que não consegui falar com exatidão tudo o que o livro merecia, meu medo era esse, mas o medo maior era de passar spoiler, esse livro esconde detalhes entre linhas que vão se encaixar no fim, mostrar partes do que pode acontecer não é minha intensão. Então só espero que com o que contei vocês se sintam instigados a ler. Recomendo, o livro é excelente.  É  ★★★★★.

Uma coisa que pensei comigo enquanto lia o livro é que se um psiquiatra lesse "Nosferatu" e parasse para analisar cada personagem efetivamente conforme a psicanálise acho que ele próprio enlouqueceria. o.O

 
Imagem retirada do Google.





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6 comentários:

  1. Oi Viviane,
    Eu já estava doida para ler O Pacto, do autor, agora esse entrou para a lista também.
    Parece ser um livro bem mindfuck e vi umas ilustrações que nossa haha

    Essa do final da resenha... muito TOP!

    Estou seguindo aqui

    bjs
    Nana - Obsession Valley

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  2. Oi Vivi, sua resenha está fantástica, recebi este livro tem pouco tempo, mais ando lenta para leitura também, sua resenha me deu um certo gás, a capa é linda na sua maneira de ser, eu adorei as imagens que postou. Vou ler e depois te conto o que achei.

    Beijos Mila
    http://www.dailyofbooks.blogspot.com.br/

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  3. Preciso ler Vivi!
    Adorei sua resenha e quero muito esse livro!
    Beijinhos
    Rizia - Livroterapias

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  4. Vivi!!!Medo eterno e mais seis meses... Menina, sou tão medrosa e ando com tanta vontade de ler Nosferatu que não me aguento! E depois dessa resenha maravilhosa, o que dizer? Você "piorou" minha situação... kkk.
    Valeu a dica e parabéns pelo comentário super instigante!
    Beijão!

    http://luahmelo.blogspot.com

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  5. Oi Vivi,
    Meu Deussss depois de ler sua resenha eu simplesmente precisoooo ler esse livro. Li A estrada da noite do Joe e gostei muito, mas esse parece superar e muito esse que eu li. Se eu pudesse saia daqui agora para comprar o livro....kkkk....mas ainda bem que uma amiga tem pra me emprestar....porque já gasto horrores em literatura...excelente resenha.....amoooo quando o blogueiro passa o que sentiu, que parece que nós até já lemos....fiquei arrepiada....bjus elis... - http://amagiareal.blogspot.com.br/

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  6. O livro possui muitas gravuras? Não seria um livro infantil, né? Estou pensando em presentear minha namorada com ele.

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