12 abril 2013

Entrevista || Maria Fernanda Guerreiro

  Olá meus amores tracinhas de biblioteca **.**
Olha que bacana, hoje eu vim postar uma entrevista com a super querida Maria Fernanda Guerreiro.
Ela escreveu a belíssima história  "A Filha da Minha Mãe e Eu". Lançado em 2012 pela editora Novo Conceito.
Acho que fica meio "coruja" eu dizer que é um dos meus livros nacionais preferidos, mas ele é realmente maravilhoso. E olha que minha lista de favoritos nacionais é bem seleta :)
Adorei a escrita da autora e amei a entrevista que tão gentilmente ela concedeu ao Razão e Resenhas.
Agora vamos a ela, apresento um pouco de Maria Fernanda Guerreiro para vocês.



De onde veio à ideia de escrever "A filha da minha mãe e eu"?

O livro, “A Filha da Minha Mãe e Eu” conta, especificamente, 
a história do relacionamento conturbado entre Helena e sua filha, Mariana. No momento em que Mariana descobre que está grávida, ela se dá conta que, antes de se tornar mãe, é preciso rever seu papel como filha, tentar compreender o outro e, principalmente, perdoar-se.
Ela vai, então, tentar refazer a relação com a mãe, não nos fatos porque isso é impossível, mas na interpretação deles, para tentar se libertar de seus fantasmas e seguir inteira em sua própria história.
A verdade é que o assunto “relacionamento”, seja ele de que natureza for, sempre me interessou. Eu acho que se você tem a capacidade de se ver humano, com imperfeições, medos, desejos, frustrações e alegrias como qualquer outra pessoa, percebe que todo relacionamento, até entre pais e filhos, é uma via de mão dupla, onde se aprende na mesma medida em que se ensina. 
Mas, respondendo diretamente à sua pergunta, quando eu tomei consciência de que era um assunto que eu entendia, mas que, como a maioria dos filhos, não sabia lidar direito.

O livro conta uma história tensa, muitas vezes triste, mas que pode acontecer na vida e todo mundo, é uma história de família. Como os seus leitores reagem a isso?

Para minha alegria, com muita identificação. Na Bienal do ano passado, por exemplo, em minha noite de autógrafos, muitas pessoas vinham até mim e, de repente, se emocionavam e começavam a chorar dizendo que o livro tinha tocado muito à elas e que elas haviam se identificado em vários momentos. Isso, para um escritor, é a melhor coisa do mundo.

Mariana é uma personagem muito forte, de onde tirou inspiração para criá-la?

Nelson Rodrigues já dizia que todo livro é um pouco autobiográfico. Eu concordo com isso. Pode não ser a história em si inteiramente autobiográfica, mas sempre tem uma personagem que foi inspirado em alguém que você conhece ou uma música que você ouviu e serviu de base para outra história. Enfim, eu acho que toda forma de se expressar é, em parte, autobiográfica na medida em que mostra a visão, os pontos de vista, de um modo ou de outro, de quem está se comunicando. 
Uma vez, escutei de um autor na FLIP que deveriam inventar uma nova categoria: a “auto-ficção”. Acho que “A Filha da Minha Mãe e Eu” cabe perfeitamente nessa categoria. E Mariana, no caso, também. Agora, qual parte é “auto” e qual é “ficção”, eu vou deixar por conta da imaginação dos leitores!

O livro trata de temas como gravidez na adolescência, aborto, drogas. Como foi a pesquisa para "A filha da minha mãe e eu"?

Sou muito intuitiva quando o assunto trata de emoções despertadas por algum fato em si como, no livro, foi o caso da gravidez e do aborto. Para esses temas, não fiz nenhuma pesquisa, escutei apenas os meus sentimentos em relação a esses assuntos. Por outro lado, no caso das drogas, para poder ter credibilidade, conversei com vários usuários e pessoas que já foram internadas para saber como é a realidade dentro de uma clínica. Além, de claro, com um médico especializado para me explicar o que acontece quimicamente no corpo de um dependente.

Como é escrever uma história de relacionamentos familiares difíceis e não se tornar previsível?

Primeiro muito obrigado por ter me colocado na categoria do “não previsível”. Para qualquer escritor, poder surpreender, fazer com que o leitor queira continuar a ler sua história porque ele não sabe o que vai acontecer é um grande elogio. Mas, sinceramente, não sei responder a essa pergunta. Eu não tenho nenhuma fórmula, nenhuma técnica para ensinar. Só agradeço à Deus ter conseguido.

Uma pergunta que sempre faço nas minhas entrevistas: Você já se deparou com algum leitor lendo seu livro por aí? Em praças, shoppings ou outros locais? O que sentiu na hora?

Ah, puxa vida, não vi ninguém lendo meu livro por aí. Eu adoraria, mas a verdade é que também não gosto muito de sair de casa. Mas, uma vez vi, no aeroporto, uma mulher em frente à banca de livros com “A Filha da Minha Mãe e Eu” na mão, lendo a sinopse para ver se ia comprar ou não. Confesso que a minha vontade era de chegar perto e começar a elogiar o livro (sem dizer que eu era a autora, hahaha) só para ela levar e ler, mas eu me contive, achei que isso não era certo e fiquei ali quietinha no canto. Espiando e torcendo, claro. Infelizmente, ela não levou… 
Por outro lado, acho que muita gente, mesmo sem eu ter tido a felicidade de ver, está lendo porque em menos de oito meses de lançamento já vendeu mais de cinco mil cópias!

Quais são seus projetos futuros? Outro livro? Pode nos adiantar alguma coisa?

Atualmente estou escrevendo meu terceiro longa para o cinema. O primeiro “Estação Liberdade” estreia no segundo semestre. O segundo, sobre uma menina de nove anos que descobre que a mãe é gay, já está na fase de captação de verba e deve ser filmado até o final do ano. E, o terceiro, ainda estou escrevendo. Meu prazo de entrega é até julho. Com tudo isso acontecendo, não consegui ainda avançar muito no meu segundo livro. Na verdade, só escrevi o primeiro capítulo e é sobre uma prostituta já idosa que relembra de seus amores verdadeiros e porque eles não deram certo.

Por favor, deixe uma mensagem para os seguidores do Razão e Resenhas.

Viva a vida! Ler é ótimo, mas viver é outra história.
É importante deixar-se contaminar pelo mundo, passar por várias experiências (principalmente emocionais) para poder ter bagagem para boas histórias. Por isso, saia, se apaixone, quebre a cara, chore, se apaixone de novo, brigue para nunca mais, faça as pazes para sempre, descubra outros lugares, cuide dos amigos, aprenda com os inimigos, identifique seus erros, se perdoe, aceite os problemas, acredite na sua intuição, dê chance ao acaso, prove novos sentimentos, respeite seus limites, aceite que nem você nem ninguém é perfeito, supere tudo o que puder, tenha carinho pela sua família, enfrente seus medos, tome um porre, não tome dois, perca a cabeça, encontre mais um novo amigo, escute os outros, mas acima de tudo, ouça você.


Maria Fernanda, quero lhe agradecer imensamente por ter tirado um tempo para dar atenção a essa entrevista. Entendo como sua vida deve ser corrida.
Preciso  agradecer a você por ter escrito um livro tão lindo, um livro que nos toca de forma intrínseca, eu adorei cada página, de verdade **.**

Tracinhas, se vocês ainda não leram "A Filha da Minha Mãe e Eu" ... NÃO SEI O QUE ESTÃO ESPERANDO :)
Recomendo sem restrições a leitura desse livro, vocês não irão se arrepender.
A resenha do livro vocês encontrarão AQUI.
Beijos e até a próxima postagem.







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18 comentários:

  1. Que entrevista maravilhosa! Os assuntos abordados no livro são muito interessantes! Ainda não li a obra, mas espero ter uma oportunidade logo, logo.

    Beijocas,

    Mi

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  2. Quero muito ler esse livro, engraçado que eu não sabia que ele era nacional, sério. Já li resenhas muito boas dele, mas acho que fosse americano ou qualquer outro.
    Só me motivou mais agora lê-lo ^^

    Té mais...
    http://bmelo42.blogspot.com.br/ (tem resenha nova lá)

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  3. Eu ainda não li Viviane kkk mas agora depois dessa entrevista vou ter que dizer que fiquei imensamente curiosa, primeiro porque você o recomendou tanto, o livro não me chamava tanta atenção, conhecia a história, mas não sabia que ela era forte. A autora me passou um ótima impressão também e pelas próximas obras vi que ela gosta de temas diferentes. Espero poder ler o livro dele algum dia.

    Abraços,
    Raquel.

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  4. Adorei o livro, e assim como a autora falou, me identifiquei muito. Quem não tem esses problemas familiares, que acabam sendo passados de uma geração para outra? Acho muito legal toda a questão do livro, que é referente a vontade da Mariana de ser diferente de sua mãe, de ter uma relação diferente com o bebê que espera da que teve com sua mãe. Acho isso muito tocante, porque nas famílias sempre tem muito aquela lenga lenga de "ah, ela foi criada apanhando, teve uma infância dura, por isso cria os filhos da mesma maneira". Para mim, mãe sempre quer o melhor para o filho, quer que ele seja melhor do que ela foi, que tenha um destino melhor do que o dela. Mas isso às vezes passa despercebido porque mãe é ser humano também, e sente do mesmo jeito que a gente. A autora consegue refletir todo esse contraste muito bem. A entrevista está maravilhosa! (:

    Beijinho, Mallú
    semclichesporfavor.blogspot.com

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  5. Adorei a entrevista,não li o livro dela ainda,mas agora fiquei com muito mais vontade.

    bjss

    Bianca

    http://www.apaixonadasporlivros.com.br/

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  6. Oi Vivi
    Gostei muito da entrevista e as perguntas estão excelentes!
    Essa coluna de entrevista é bem legal porque ficamos sabendo um pouco mais sobre a autora, seu processo de criação e sobre o livro.
    Adorei ;)
    Beijinhos
    Renata
    Escuta Essa
    http://www.facebook.com/BlogEscutaEssa
    @blogescutaessa

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  7. Que legal, Vivi!
    Desde de quando a NC lançou esse livro que tenho curiosidade de ler. Fiquei mais empolgado ainda com a entrevista com a autora.

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  8. Oi Vivi!
    Adorei a entrevista!
    Já li o livro da autora, mas confesso que infelizmente não gostei muito. Mas acho que é porque não faz muito o meu gênero literário.

    BjO
    http://www.the-sook.blogspot.com.br/

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  9. Vivi que entrevista bacana amiga. Adorei de verdade!
    Eu ainda não li o livro, pq sérios problems que tive com minha mãe e por estar um pouco sensível nesta parte, mas sinto, agora depois da entrevista ainda mais, que este livro foi escrito pra mim. Preciso tirar meus medos de cena e tentar encarar o livro de vez.
    Adorei esse recado da Fê, de mandar a gente, além de ler, viver!
    Eu nunca tinha ouvido um autor fazer isso, então fiquei surpresa com tamanha atitude. Pq realmebte é verdade, ler é muito bom, mas precisamos viver outras experiências.
    Bjokas amiga e sucesso à Maria Fernanda, pois ela merece!

    www.lerepensar.com

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  10. Adorei a entrevista...
    De maneira geral não me interessei pelo livro...
    Achei que a premissa não se encaixa no meu tipo de leitura preferida sabe?
    Mas achei a autora tão simpática que me deu a maior de vontade de ler esse livro =)

    Adorei eu blog, estou te seguindo ^^

    Beijos,
    Carol e seus livros.

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  11. Ainda não tive oportunidade de ler “A Filha da minha mãe e eu”, mas gostei da entrevista, e achei a autora bem simpática;

    *bye*

    http://loucaporromances.blogspot.com.br/

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  12. Oi Vivi! Muito legal a entrevista, gostei muito das tuas perguntas. Lembro bem da história do livro. Gostei da mensagem que ela deixou por último! Ah sem deixar de dizer que adorei essas corujinhas no final! Como vc sabe eu tbm adoro corujas!!! Bjs

    Maurício Dias

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  13. Oie Vivi muito bacana e pertinente as suas perguntas.
    Eu li uma boa parte do livro, e vivia me perguntando que inspiração a autora teria para abordar o assunto. Cnfesso que me senti muito conectada a personagem, pois sempre achei que minha mãe deu mais atenção as minhas irmãs do que a mim, então quando li , me identifiquei total!!!!
    Quero muito terminar de lê-lo
    bjos

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  14. Oi Vivi, adorei a entrevista! Ainda não li o livro, não sei se seria o tipo de leitura para mim. Mas gostei de saber mais um pouco sobre como a autoria o criou, acho isso muito importante!

    Beijos,

    Marcelle
    bestherapy.blogspot.com

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  15. Caracas Vivi, que entrevista maravilhosa! Adorei as respostas da Maria, imaginei ela sentada de frente com Gabi, hehehe.
    Ainda não li este livro mas pelo visto é maravilhoso mesmo! Uau! E essa mensagem maravilhosa que ela deixou no final para os leitores, quase chorei aqui!
    "Viva a vida! Ler é ótimo, mas viver é outra história."

    Muito bom, acho que virei fã da escritora sem ao menos ter lido sua obra! o.O

    Beijos! ;*

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  16. Olá
    Ainda não tive a oportunidade de ler este livro, mas adorei a entrevista.
    A autora é super simpática.
    Beijos

    cocacolaecupcake.blogspot.com.br

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  17. Olá Vivi.
    Adorei a entrevista. Sei sobre o trabalho dela, mas ainda não conheço-o. Tenho o livro em casa, porém ainda não tive a oportunidade de ler. Mas vou querer saber mais, com certeza. Precisamos dar mais valor a literatura brasileira, hehehe.

    Sucesso sempre, beijos.
    http://bestherapy.blogspot.com.br/

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  18. Amei a entrevista ótimas perguntas e respostas Vivi, espero poder ler o livro da Maria em breve, já ouvi bastante elogios a respeito de A filha da minha mãe e eu, o que aguça ainda mais minha curiosidade ^^

    Beijos.
    Guilherme - http://umcompulsivoleitor.blogspot.com.br/

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