24 junho 2012

Entrevista - Chico Anes - O Sonho de Eva






Boa noite tracinhas \o/
Tiveram um domingo divertido?
Espero que sim, o meu foi muito preguiçoso, mas curti bem essa preguiça e agoraaqui estou, para trazer uma entrevista super bacana pra vocês.
Chico Anes, autor de O sonho de Eva aceitou responder algumas perguntas para o blog Razão e Resenhas, então desde agora já começo essa postagem agradecendo
a ele por ser tão gentil, pois assim ficamos conhecendo um pouco mais sobre o autor de  obra tão interessante.
Eu já li o livro, que me foi enviado como cortesia pela nossa parceira Novo Conceito.
Realmente um livro que me surpreendeu pelo assunto intrigante que aborda, me prendendo do início ao fim.
Mas isso contarei melhor na resenha do próprio livro que postarei terça-feira. \o
Agora sem mais delongas vamos à entrevista.




     Chico
Quando era pequeno pensava em ser o quê?

Astronauta! Acredita? Queria ser astronauta. Sempre gostei do espaço e seus mistérios. Cheguei mesmo a estudar um pouco de astronomia por conta própria. Ainda tenho comigo um caderno onde anotava as distâncias entre planetas, os nomes das constelações, as unidades de medidas, e coisas assim. Viajar pelo espaço deve ter sido o sonho de muitos meninos. O legal é que hoje em dia esse é um sonho que pode ser realizado por um brasileiro! Eu segui o caminho da engenharia.

E se ser escritor é ter o pé fincado bem aqui no chão e a cabeça às vezes passear pela lua, bem... Acho que realizei parte de minhas ambições astronáuticas.

O que você mais gosta de fazer quando não está escrevendo?

Trabalho com telecomunicações. É uma área que eu adoro. Comunicações por satélites, fibras ópticas, cabos submarinos! Saber como isso tudo funciona e como o mundo se comunica através dessas tecnologias está entre minhas paixões!



Nos tempo livres estou escrevendo ou ouvindo música. Coleciono discos de vinil e sou fã de rock’n’roll, jazz e blues. Aliás, para criar mundos e personagens, para mim funciona bem um rock progressivo tipo Pink Floyd, Yes, Jethro Tull ou qualquer um do gênero. Também estudo alquimia e xamanismo, e estou sempre procurando aprender práticas novas. Quando o feriado é bom, fazer uma trilha e acampar ao lado de uma cachoeira é indispensável!

Você tem outro livro lançado, nos fale um pouco sobre ele também?

Sonho de Eva foi meu primeiro livro lançado por uma grande editora. Escrevi sim uma obra antes dessa, que eu auto publiquei e distribui para alguns amigos. Até então só tinha escrito contos. Queria testar meu fôlego para um romance de 80 mil palavras e então surgiu “Pirapato, o menino sem alma”; a história de um menino clonado num laboratório alquímico que passa a questionar se um clone, alguém nascido da célula da unha de alguém, tem uma alma imortal. Adorei escrever esse livro pois usei muitos dos meus conhecimentos de alquimia e pude criar uma história carregada de alegorias alquímicas. Considero “O Sonho de Eva” realmente o meu primeiro livro profissional. Pirapato costumo chamar de meu ensaio atemporal.

Uma curiosidade Chico, como você "inventou" O sonho de Eva? Como a ideia da história começou na sua cabeça?

Um dos autores que eu lia muito em minha adolescência era Carlos Castaneda, e foi em um dos livros dele que li sobre sonhos lúcidos. Alguns anos depois consegui um livro, já fora de catálogo, chamado “Sonhos Lúcidos” de Stephen LaBerge. O livro conta como o Dr. LaBerge demonstrou cientificamente que é possível estar sonhando e ficar consciente no sonho. Achei a coisa toda tão fantástica que comecei a praticar as técnicas para se “acordar” dentro dos sonhos. Quando comecei a experimentar as sensações de um sonho lúcido, logo vi que ali havia um ótimo tema para um thriller. Minha formação em engenharia e meus estudos de alquimia fizeram o resto da mistura, com tecnologia, livre arbítrio e sociedades secretas. Daí surgiu “O Sonho de Eva”, um livro que eu me apaixonei logo de cara pelo tema e as consequências da resposta a uma de suas grandes perguntas: podem experiências vividas em mundos virtuais mudar nosso comportamento no mundo real?

O que foi mais difícil nessa trajetória? Escrever ficção não deve ser nada fácil.

A paciência. Ser paciente e estar consciente de minhas capacidades e aptidões. Não adianta saber que se tem uma história legal na cabeça e que vale à pena ser contada, se você não tem as ferramentas necessárias para fazer isso da melhor maneira possível. Costumo dizer que passei cinco longos anos sentado no banco de uma faculdade para aprender engenharia até conseguir meu diploma. E vejo que a trajetória de um escritor não pode ser muito diferente. Paciência para estudar, aprender técnicas literárias e aprimorar as ferramentas, não é lá coisa fácil. Mas é super necessária! Vejo muita história boa sendo desperdiçada pelo autor que não teve a paciência de buscar o conhecimento e a forma correta para contá-la.

Quais autores, entre nacionais e internacionais você consideraria seus ídolos? E quais gêneros literários você lê com mais frequência?

Meus ídolos são Lewis Carroll e seu Alice no Pais das Maravilhas, Herman Melville e o seu excepcional Moby Dick, Monteiro Lobato e seu incrível Sítio do Pica Pau Amarelo.

Entre os gêneros, sou fã da literatura fantástica do século XIX e XX: Edgar Alan Poe (autor do poema “O Corvo” e contos maravilhosos como “A queda da casa de Usher”), Mary Shelley (Frankenstein), Guy de Maupassant (O Horla) Robert Louis Stevenson (O Médico e o Mostro), Machado de Assis (As academias de Sião), Aluísio Azevedo (Demônios), Jorge Luiz Borges (O Aleph), André Carneiro (Diário da Nave Perdida), e por aí vai...

Não dispenso livros que tratam da alquimia da alma, como tentei escrever Pirapato. Estou sempre relendo Hermam Hesse (Sidartha, O Lobo da Estepe, etc.), Carlos Castaneda (Viagem a Ixtlan), Joseph Campbell...

A filosofia e a psicologia me fazem viajar. Albert Camus (A peste, A queda, O estrangeiro...), Dostoievski (Crime e Castigo, Memórias do Subsolo...).

Entre nossos contemporâneos, Stephen King é meu autor! O Iluminado, Christine, The Green Mile, The Shawshank Redemption (para mim o melhor conto de King).

E claro, meus amigos brasileiros Ricardo Ragazzo (72 horas para morrer) e Felipe Colbert (Ponto Cego).

O que acha mais difícil na vida de escritor?

Aos que, como eu, não são escritores em tempo integral, o mais difícil é achar aquele pedacinho do dia onde tudo some, desaparece, e restam você, os personagens e a história. Normalmente são as madrugadas, mas aí vem o sono, o cansaço... Outra coisa difícil é encontrar o tema correto, aquele a que você vai dedicar os próximos meses de sua vida, que vai passar tanto tempo com os personagens quanto com seus amigos. Esse tema tem que atender a um público alvo, a um mercado, e ao mesmo tempo tem que ser algo que traga prazer ao escritor, que o faça desejar estar com a história enquanto seus amigos estão se divertindo, trabalhando ou apenas dormindo.


Um conselho aos jovens escritores de hoje?

Divido com eles a minha experiência e, se servir como conselho, ótimo! Tem que estudar! Procurem aprender as técnicas literárias, a criação de personagens, a elaboração de diálogos, os elementos de uma cena, a estrutura de um thriller. Inspiração e talentos são parte de um todo, e não fazem nada sozinhos. Ah! E, claro, se vão escrever em português, é preciso estudar a nossa língua.

Outra coisa que já disse lá em cima: paciência. Tirar um bolo do forno antes do tempo vai fazer com que seus convidados comam uma massa disforme, com gosto de trigo, ou de fermento, ou de leite; vão sentir qualquer coisa, menos o gosto de um bolo completo.

Uma pergunta que sempre faço, você já se deparou com alguém em algum lugar (uma praça, um shoping, um barzinho) lendo seu livro? O que sentiu na hora?

Seria maravilhoso, mas ainda não tive essa experiência. Difícil dizer o que eu sentiria, mas provavelmente passaria sem me apresentar, sem interromper a leitura, sem cortar a intimidade sagrada entre o leitor e sua história.

E finalmente, fale um pouco dos seus projetos literários futuros. Tem um novo livro em andamento? Pode nos contar um pouco sobre?

Tenho sim. Estou escrevendo um novo livro, que vai tratar dos cinco sentidos. Quero explorar as sensações e a maneira como percebemos o mundo. Pretendo criar um thriller cheio de ação, mas sem dispensar as metáforas e as filosofias de fogueira que as experiências sensoriais podem proporcionar.



Obrigado ao blog pelo carinho e pelo espaço para esta entrevista. Sou grande admirador do trabalho de vocês, blogueiros. Esse tipo de iniciativa só faz crescer o amor dos nossos brasileiros pela leitura e pelos livros.

E obrigado aos leitores! Vocês são o início, o meio e o fim que qualquer iniciativa de se escrever um livro. É para vocês que tudo é feito, e quando recebemos de vocês uma crítica positiva, sabemos então que todo o trabalho, todas as horas solitárias em busca da frase ideal, a leitura e releitura, uma, cinco, dez vezes da mesma cena, tudo isso valeu à pena!



Vocês não tem noção de como foi gratificante para mim fazer essa entrevista.
Primeiro porque Chico Anes foi de uma delicadeza sem tamanho, respondendo com calma e presteza minhas perguntas. 
Depois porque ele é mineiro, meu conterrâneo, e isso me deu muita alegria, senti orgulho desse mineiro que luta por seu sonho e se realiza como escritor, em um país onde essa profissão/sonho é tão difícil.
Espero que vocês tenham gostado da entrevista e tenham se sentido motivados a irem na livraria mais próxima comprarem O sonho de Eva.
Agradeço de coração Chico, seu livro foi um presente adorável para minha sede de leitura e está definitivamente em um lugar aconchegante em minha estante. Obrigada.


"Isso fica feliz em ser útil".














































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10 comentários:

  1. Amei a entrevista.
    Vou ficar esperando ansiosa pela resenha.

    Beijos Vivi.
    paixaoliteraria.com

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  2. Também amei a entrevista!! Uma pena ainda não ter tido a oportunidade de ler "O Sonho de Eva", mas pretendo fazê-lo!

    Legal ele ser mineirinho igual nóis!! hihi
    Também sonho um dia em ser uma mineirinha escritora!!

    Tem post novo no meu blog!
    Se quiser dê uma passadinha por lá!
    Ficarei muito feliz!
    http://hipercriativa.blogspot.com.br/

    Desde já agradeço a visita!!
    Beijussss;

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  3. Oi Vivi amei a entrevista.
    Ainda não li o livro, mas promete ser muito bom.
    Imagino a paciência que um autor deve ter para escrever uma boa história, eu pensava escrever um livro, mas paciência não é meu forte rs
    bjos

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  4. Muito legal a entrevista!!
    Ainda não li “ O Sonho de Eva”, mais espero ler em breve.

    *bye*

    Louca por Romances

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  5. Oii Vivi,

    Também adorei a entrevista.
    Já li "O Sonho de Eva" e gostei bastante dele.

    Hum, já estou esperando pelo novo livro do Chico então, adoro thrilers.

    Bjoos querida!

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  6. Oi Vivi!
    Parabéns pela super entrevista! Nossa, é tão legal quando um autor responde nossa entrevista, não é mesmo?
    E nossa, ele queria ser astronauta! Pensando bem, eu também já quis ser. *-*

    Um beijo,
    Luara - Estante Vertical

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  7. Oi Vivi,

    Tudo bem? O meu domingo foi de descanso. Espero que o seu também. Não conhecia a obra e o autor, mas gostei da simplicidade e da visão de mundo dele.

    Beijos.

    Lu

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  8. Olá Vivi,

    Adorei a entrevista com o Chico, simples e honesta como todas deveriam ser. Mas enquanto desde pequeno ele queria ser astronauta, eu queria ser piloto de F1. Hoje ele viaja pelo universo dos próprios livros em foguetes imaginários e eu piloto nos simuladores dos games!


    Abraços Flávio.
    --> Blog Telinha Crítica <--

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  9. Nossa vivi amei as dicas dadas pelo autor, estou nessa fase de criação e as dicas dele serão fundamentais para meu crescimento ,=)

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  10. Oiiiii Vivi, adorei a entrevista....eu li o livro dele e adorei mto bom msm...BjOs!!!

    @jannagranado
    http://livrospuradiversao.blogspot.com.br

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