29 novembro 2010


Romanis _ Cultura Cigana

CHACHIPE ROMA – A VERDADE CIGANA

No passado, nós, ciganos éramos conhecidos como os "senhores da estrada". Andávamos de um lugar para outro, atravessando rios e florestas.
Percorríamos a Índia inteira, chegando ao Oriente Médio, para depois retornar. Atravessávamos reinos inimigos entre si. Para se ter uma idéia, só o Rajastão era dividido em pelo menos cem pequenos reinos.
Nós dispúnhamos de um salvo-conduto especial para atravessar uma determinada região. É que todo mundo precisava do nosso trabalho.
De fato, transportávamos mercadorias, servíamos de "correio" para as longas distâncias e éramos também os banqueiros dos grandes senhores - podíamos comprar ouro e trocá-lo por bens de consumo ou dinheiro.
Muitas vezes, o ouro e os objetos preciosos não eram carregados por nós em nossas longas viagens. Preferíamos enterrar tudo em lugares secretos.
No momento certo, sabíamos qual caixa-forte abrir para fazer os nossos negócios.
Nunca fizemos guerra. Como outros clãs, durante uma guerra, podíamos ser recrutados para ajudar um determinado exército, mas nunca para o combate.

Ficávamos na retaguarda, prestando às tropas todo tipo de serviço necessário. Em caso de derrota, nada sofríamos, porque todos reconheciam o nosso valor social.
Outras atividades importantes sempre foram a música, a dança, a acrobacia e o teatro nas cortes dos reis ou para os soldados.
Hoje, vocês podem encontrar-nos aos milhões em periferias anônimas, pobres, às vezes miseráveis. Dignidade suficiente, porém, não nos falta, numa sociedade que mudou muito desde os tempos em que nós, ciganos, éramos reis das estradas. Éramos os Banjaras (ciganos músicos e dançarinos)
Mas , aproveito para lembrar de outros clãs:
Os Hakkipikki – caçadores do centro sul da Índia;
Os Gadha Lohar – que trabalham com metais;
Os Rabari – pastores de ovelhas, cabras e camelos;
Os Korwas – fabricantes de pulseiras, colares e coroas;
Os Kalibilias, os Nat e os Bopas – dançarinos, músicos, acrobatas de circo.
Estes são os verdadeiros nomes dos clãs que deram origem às pessoas que no futuro seriam chamados de ciganos.
Conforme vimos acima, “cigano” é um termo genérico surgido na Europa do Século XV.
Nós, no entanto, costumamos usar autodenominações completamente diferentes. E hoje, costumamos distinguir três grandes grupos:

os ROM, ou Roma, que falam a língua romani; são divididos em vários sub-grupos, com denominações próprias, como os Kalderash, Matchuaia, Lovara, Curara entre outros; são predominantes nos países balcânicos, mas a partir do Século XIX migraram também para outros países europeus e para as Américas;


Os SINTI, que falam a língua romani-sintó são mais encontrados na Alemanha, Itália e França, onde também são chamados Manush;
os CALON ou KALÉ, que falam a língua caló, “ciganos ibéricos”, que vivem principalmente em Portugal e na Espanha, onde são mais conhecidos como gitanos, mas que no decorrer dos tempos se espalharam também por outros países da Europa e foram deportados ou migraram inclusive para o Brasil.
Estes grupos e dezenas de sub-grupos, cujos nomes muitas vezes derivam de antigas profissões (Kalderash = caldeireiros; Ursari = domadores de ursos, entre outros) ou procedência geográfica (Moldovaia, Piemontesi,entre outros.), não apenas têm denominações diferentes, mas também falam línguas ou dialetos diferentes.
A discriminação e o preconceito não vem apenas dos não-ciganos, também existe entre os clãs, e tem suas origens arraigadas no princípio de nossa História (na separação entre castas indianas e sua falta de mobilidade social). Mas como se isto não bastasse alguns clãs ciganos ainda se discriminam mutuamente, também, por outro motivo: os ciganos sedentários muitas vezes olham com desprezo para os ciganos nômades, dizendo: eles persistem nessa vida “primitiva”, enquanto os nômades acusam os sedentários de terem abandonado as tradições, e com isto terem deixado de ser ciganos.
Ao chegarmos na Europa, no início do Século XV, nós, ciganos, podíamos ainda ser identificados através de nossa aparência física, sendo a característica mais marcante a nossa pele escura. Hoje isto já não é mais possível. Casamentos com não-ciganos sempre ocorreram, de modo que em muitos países hoje, nós fisicamente, não nos distinguimos da população gadjé (não-cigana) nacional. Ciganos “racialmente puros” hoje não existem mais em canto algum do mundo, e do ponto de vista da Antropologia, nunca existiram, porque nunca existiu uma “raça” exclusivamente classificada como cigana. Ou um país, cujo habitante fosse denominado de cigano. Impossível, portanto, identificar os ciganos através de características físicas peculiares ou estabelecer “critérios biológicos de ciganidade”.
Classificar como “verdadeiros ciganos” todos aqueles que falam um dos vários dialetos romani, também não adianta, porque muitos ciganos já não o falam mais e outros o dominam muito mal, ou até já o esqueceram por completo.
Afirmo como antropólogo, lingüista e cigano que é inadmissível a distinção entre “verdadeiros ciganos”, aos quais se atribuem uma origem exótica e riqueza cultural, e “os outros”. Ou seja: não existem ciganos autênticos e falsos ciganos: existem apenas Rom, Sinti e Calon, que possuem inúmeras autodenominações, que falam centenas de dialetos, que têm os mais variados costumes e valores culturais, que são diferentes uns dos outros, mas que nem por isso são superiores ou inferiores uns aos outros.
Em comum, todos, nós, ciganos, temos apenas uma coisa: uma longa História de Espiritualidade, de Arte, de perseguição, de discriminação pelos não-ciganos , em todos os países por onde passamos, desde o nosso êxodo do norte da Índia até ao aparecimento na Europa, no início do Século XV.



Entendendo a diferença entre casta e classe social


Exemplo, quem nasce no Brasil, que é considerada uma sociedade liberal, vive em um sistema social que é dividido entre classes. E isto permite que alguém que tenha nascido dentro da classe baixa possa ascender à classe alta. Contudo, no sistema de castas que ainda ocorre na Índia, aquele que nasce em uma casta inferior não tem mobilidade e morre na mesma. Pois trabalho e riqueza não são parâmetros e sim os critérios de natureza hereditária e religiosa é que formam os grupos sociais.

Em outras palavras o sistema de casta é um sistema social hereditário, endógamo ( casam-se com os da mesma casta) , além de ser fundamental a mesma profissão, hábitos alimentares, vestuário e comportamento social.
O que torna a sociedade de castas estática, sem mobilidade.

Foi o Hinduismo que criou a divisão da sociedade indiana em castas.
As castas são definidas de acordo com a posição social que determinadas famílias ocupam. Estabelecendo assim uma hierarquia social caracterizada por privilégios e deveres.

Atualmente, existem milhares de castas distintas na Índia.
Esse sistema tem como principal característica a segregação social, determinando a função das pessoas dentro da sociedade indiana. Tal segregação resulta na desigualdade social. Esta, que é explicada pelo fato de um indivíduo não poder ascender para uma casta superior.
Apesar do governo não admitir, pois afirma que a lei proíbe a divisão social em castas, na prática a verdade é que esse sistema está presente em toda a sociedade.

O regime de castas vigora a mais de 2600 anos. E isso se deu quando os arianos (invasores) foram diferenciados dos habitantes mais antigos (que possuíam a pele mais escura) pelo termo “varna” que em sânscrito significa cor. A partir daí os “varna” foram socialmente ordenados de acordo com cada uma das partes do corpo de Brahma, Deus maior da religião Hindu.

No topo do poder temos: os brahmanes ( sacerdotes, professores e filósofos) que se autodenominaram a boca de Deus;
Logo abaixo os kshatriyas (políticos e militares) que se autodenominaram os braços de Deus;
Abaixo os vayshias (agricultores e comerciantes) que se autodenominaram as coxas e pernas de Deus;
Abaixo os shudras (camponeses, operários e artesãos) que se autodenominaram os pés de Deus;
Abaixo os dalit e ou pariahs ( os que realizavam trabalhos desprezíveis, como a limpeza de esgotos, o recolhimento do lixo e o funeral dos mortos – que após o êxodo passaram a ser denominados como ciganos) que eram denominados pelos membros de outras castas como “o pó debaixo dos pés de Deus”.




Entendendo a diferença entre os clãs ciganos


Embora hoje, ciganos que moram em diversas partes do mundo, usem autodenominações diferentes para as sociedades oriundas dos clãs, tais comoSinte, Calon, Manoush, Calderash, Lovara, Machuaia, Xoraxane etc. Todos nós reconhecemos uma origem comum e identidade básica no que chamamos de Rroma. Criando desta feita uma dicotomia com os não ciganos.

A autodenominação do clã que eu faço parte, por exemplo, Sinte é usada por membros de um clã de ciganos, cujo maior número ainda mora na Alemanha. Conseqüentemente, a denominação dada por membros de outros clãs ao cigano que vive na Alemanha é Sinte. Mas é importante esclarecer que existem sub-clãs do Sinte: o Sinte Piemontekari (os que vivem no norte da Itália) e o Sinte Valshtike ( os que vivem ao sul da França).

Portanto, Rrom é a autodenominação que a maioria dos ciganos utilizam no mundo quando querem se rotular em condições étnicas. Etimologicamente, a autodenominação Rrom está vinculada com o nome Dom que por metaplasmo passou a ter este som Rrom. Hoje, numerosos indivíduos da casta indiana jati, espalham-se ao redor do norte da Índia e são rotulados de Dom.

Rrom (Dom) é um termo muito antigo. O Dom já aparecia em registros do " Sádhanamálá " (século oito). Naquele momento, o rei dos Dom, Heruka regeu um dos pequenos reinos indianos. (Antigamente havia um número enorme de reinos pequenos na Índia). Em pesquisas recentes ainda encontramos ruínas de lugares com nomes como " Domdigarh ".
Durante a dinastia Gupta nossos mais remotos antepassados perderam o poder e posição, ou seja, perderam o estado étnico original e tornaram-se uma casta indiana. E é obvio que os vencedores consideraram esses que eles derrotaram como inferiores.

Os antepassados dos Dom pertenceram à população pré ariana da Índia que eles habitaram antes dos arianos invadirem a Índia em 1500 AC. Naquele momento, o Dom não usava ainda o termo Dom para se autodenominar , mas o termo caracterizava o tipo físico, a cultura e a religião.

Onde e quando nossos antepassados partiram da Índia realizando o grande êxodo ainda é uma pergunta em aberto. O cigano e estudioso da nossa origem Dr Ian Hancock, professor em Universidade de Texas em Austin, E.U.A., defende que nossos antepassados lutaram contra guerreiros árabes que conquistaram a Índia do oitavo para o décimo primeiro século. O pior destes invasores foi Muhammad Ghaznavi (11º século), que invadiu e saqueou a Índia vinte e uma vezes. E foi justamente naquele momento que nossos antepassados deixaram em um grande êxodo a Índia. Na opinião de Hancock, nossos antepassados eram uma população misturada composta de " Rajputs " (uma casta alta de guerreiros) e os Dom. E isso se torna provável, pois é indiscutível que os exércitos precisavam de músicos como também de ferreiros e negociantes que poderiam adquirir bestas de fardo - cavalos e bois. E essas profissões eram praticadas pelos membros da casta de Dom.

Bem, este texto foi elaborado para lançar um pouco de luz na Questão Cigana, pois vez por outra ouvimos um membro de determinado clã dizer que ele sim é o verdadeiro cigano e que o outro já não é por esse ou aquele item. Contudo isso decorre do fato de que a maioria dos rroms (ciganos) traz de forma atávica aquela segregação oriunda das diferenças de casta e infelizmente acaba por mantê-las com relação aos clãs. Segue abaixo uma síntese sobre os diversos clãs e sub clãs já catalogados.

Ambrelara, o termo designa um sub clã Rrom de ciganos nascidos na Eslováquia que sobreviviam e alguns ainda sobrevivem do conserto de guarda-chuva;

Asurara, assim se autodenominou o sub clã Rrom de ciganos que chegou à Eslováquia e se apresentou aos ciganos de lá como fabricantes e vendedores de jóias, anéis, pulseiras e brincos.

Aurari, originalmente um sub clã Rrom de ciganos da Romênia que vivia de trabalhar o ouro. Hoje em dia a maioria é fabricante de artefatos de madeira.

Mechkara ou Ursari, um sub clã Rrom de ciganos da Romênia que viviam do adestramento de ursos para apresentações públicas e em circos.

Balanara, um sub clã Rrom de ciganos da Eslováquia que vivia da fabricação de cochos e colheres de madeira.

Bergitska, sub clã Rrom de ciganos que por tradição habitam as bordas polonês - eslovacas da região montanhosa. Eles falam um dialeto que é compartilhado entre os ciganos Eslovacos e Sérvios desenvolveram as profissões de músicos e ferreiros.

Bohémiens, um sub clã Sinte de ciganos originários da República Tcheca que foram habitar regiões da França.

Bosha, sub clã Rrom de ciganos originários da Armênia.

Burgenland, um sub clã Sinte de ciganos originários da Áustria sendo a grande maioria da profissão de ferreiros e músicos.

Romungro, um sub clã Rrom de ciganos, como o próprio nome já denuncia, nascidos na Hungria ( Rrom + Húngaro)

Calderash um sub clã Rrom originário da Romênia e como o próprio nome em romeno indica “caldare” significa caldeirão. Eles ainda vivem como fabricantes e consertadores de caldeirões, panelas, tachos etc. Hoje a maioria vive espalhada pela Europa e Américas.

Calê, um grande clã Kalon de ciganos originários da Espanha, sul da França e Finlândia e Catalunha. Eles falam o Calé um para-Romani misturado com o espanhol. As principais profissões são as de músico, dançarino e criadores adestradores de cavalos.

Chuxni um sub clã Rrom de ciganos originários da Rússia, cuja profissão principal era a de fabricante de peneira.

Druckara um sub clã Rrom de ciganos originários da Eslováquia e como o nome em eslovaco já denuncia (significa tronco de árvore) ganhavam a vida grudados em troncos das árvores colhendo e vendendo avelãs.

Djambaza um sub clã Rrom de ciganos que viviam do comércio de cavalos nas regiões dos Bálcãs e da Turquia.

Djugí uma casta de ciganos que ainda vive na Índia e o nome em sânscrito significa “santo” porque na realidade abdicam de uma vida normal para viverem rezando todos os dias. E para isso recebem em troca ajuda do povo tal qual mendigos.

Estrekarja um sub clã Sinte de ciganos originários da Áustria.

Fandari um sub clã Rrom de ciganos da Rússia que exerceram atividades militares.

Gharbilband um sub clã Rrom de ciganos que pertenceu a casta homônima da Índia que vivia da fabricação e comercio de peneiras. E ao chegar à Europa fixaram-se na Romênia e Hungria.

Ghurbat-Lovara um sub clã Rrom encontrado em quase toda região balcânica que tornaram-se os melhores negociantes de cavalos. Hoje em dia a maioria encontra-se dispersa por Europa e Américas.

Labanci um sub clã Rrom já completamente extinto que serviu como oficiais do exército de Hapsburg imperial usados por kuruz húngaro rebelde (os participantes na insurreição feudal). Eram originalmente membros do clã Bergitska.

Lombardos um sub clã Sinte ciganos originários da Lombardia que deram início ao trabalho como circenses. Foi com este clã que membros de outros clãs originaram os ciganos do clã Boyashas artistas circenses.

Manush um sub clã Sinte ciganos cuja maioria atualmente vive ao sul da França. Também autodenominado de Sinte-Valshtike.

Piemontakeri um sub clã Sinte cigano cuja maioria atualmente vive ao norte da Itália. Também autodenominado de Sinte-Piemontekari .

Patavara um sub clã Rrom de ciganos que perambula por todo o leste europeu e como o nome em Romani já denuncia (significa trapo) Eles ainda hoje recolhem roupas velhas para depois revendê-las.

Seliyeri um sub clã Rrom de ciganos originários do Irã que ainda hoje vive da fabricação e comércio de caldeirões e pentes.

Servika um sub clã Rrom de ciganos que são dessa forma denominados por serem oriundos da Sérvia. Mas também autodenominados Machuaia porque oriundos de cidade da Sérvia com o mesmo nome.

Sinte um grande clã Sinte ciganos originário do norte da Alemanha que ainda hoje são encontrados na Áustria, Republica Tcheca, Eslovênia e diversos outros paises do leste europeu e também autodenominados Sinte- gachekanes.

Xoraxane (a pronuncia é rrorarranê) um sub clã Rrom de ciganos que passaram a professar a religião islâmica.





Música Cigana

Estilos de Música Cigana - por país.


A música cigana albanesa

Na Albânia, como também em Kosovo, orquestras de ciganos usam acordeões, clarinetes e também Bouzoukis. O estilo deles de música é uma mistura de música turca e grega.

A pessoa passa de canções, fundadas principalmente em uma voz que lembra uma melodia árabe a pedaços instrumentais que são quase sirtakis.


A música cigana búlgara

Até recentemente, a existência de ciganos na Bulgária foi negada. Oficialmente, havia menos de 50.000 ciganos em toda a Bulgária antes da queda do regime comunista. Porém, a verdade é diferente. Calcula-se agora que aproximadamente 800.000 ciganos vivem na Bulgária, freqüentemente em condições apavorantes, em guetos e pobreza absoluta.

A cultura de cigana búlgara é uma das mais velhas na Europa, datada de antes do século 12, e muito pouco se conhece sobre esse fato. Por exemplo, pouquíssimos arquivos foram encontrados , e para música, quase nada está disponível a um investigador.

Vários etno-musicologistas mostraram que há um elo no desenvolvimento de música cigana européia com a búlgara.

Até agora, os próprios ciganos sabem muito pouco sobre a herança musical deles.

Assim é importante produzir um registro de música cigana búlgara, livre das influências Ocidentais.

A música cigana búlgara mostra vários estilos diferentes, dependendo da região e o grupo étnico dos músicos. Vejamos os cinco principais estilos:

• Lovara e Kalderash: Estes dois grupos de ciganos têm um estilo muito específico de música. Como em outros países europeus, o estilo deles está principalmente baseado em improvisação orais sem qualquer instrumento musical.

• Norte Oeste: Na região de Din, ao longo da borda do norte iugoslavo, orquestras estão freqüentemente compostas de instrumentos de metal. Esta tradição também é achada em parte do que é agora a Macedônia.

• Norte Leste: Nesta região, uma forte influência romena pode ser detectada bem no estilo musical como nos instrumentos tocados. Por exemplo, o cymbalum está presente nestas formações.

• Sul Oeste: A música daquela região é bem parecida aquelas que encontramos na Macedônia. Zurnas, originalmente introduzidos pelos Turcos, são os principais instrumentos.

• Sul: Isto é o que poderia ser descrito como o " estilo mais Búlgaro. Na realidade, hoje em dia orquestras de ciganos da Bulgária principalmente tocam este tipo de música, com clarinetes, saxofones, acordeões , violões, baixos e percussões. O estilo de espetáculos de música marca uma forte uma influência Oriental Mediana.



Tcheco e Repúblicas Eslovacas

Na Eslováquia, a música é muito fortemente influenciada pelo estilo de restaurante húngaro. Na realidade, às vezes é difícil de distinguir este estilo, do que pode ser ouvido na Hungria. Na República Tcheca, não há quase nenhuma música pista do que foi a música cigana original.



A música cigana húngara

Antes de começar esta descrição, temos que acentuar que a real música cigana na Hungria não tem nenhum violino, cymbalum ou de fato, qualquer instrumento. Violões e bandolins que foram acrescentados no 19º século. Esta música está baseada em percussões e na voz. É provida pela voz humana e através de latas de leite (!) ou colheres e pandeiros. Um cantor normalmente canta a balada, enquanto os outros cantam baixos e percussões. Esta música é na realidade mais íntima ao Kelderash e Lovara , e saiba que pode ser encontrada fora da Europa.

Além desta música autêntica, outro estilo evoluiu, principalmente tocado por ciganos da Transilvânia. Este estilo, a música de restaurante denominada, é o que é melhor conhecido no oeste. É uma mistura de baladas populares húngaras, Transilvânias com muita influencia do toque vienense. Temos que levar em conta que nãoé cigana,mas é muito tocada pelos ciganos.



A música cigana moldovana

Nesta região desenvolveu-se um estilo muito particular de música. Suas harmonias também são rememoradas na dança espanhola, seus ritmos são mais orientais enquanto seu modo de tocar e cantar é vozes -lentas ciganas, instrumentos rápidos -. Porém, as canções estão muito próximas da música de ciganos da Rússia.



A música cigana polonesa

O cigano na Polônia, mesmo tendo sofrido enormemente durante Segunda Guerra Mundial e a ocupação alemã, a ele era permitido viajar livremente até 1961. Esta liberdade de viagem e comércio manteve o cigano relativamente forte no que diz respeito ao cultivo de sua música .Esta música é influenciada certamente pela música de cigana da Rússia. Primeiro, ela está baseada em acordeões e violino, com possivelmente um clarinete, e segundo, seus ritmos definitivamente são poloneses. Mazurkas, valsas e músicas folclórica polonesa. Ao contrário do estilo russo, o cigano polonês fundou uma música baseada mais em instrumentos que em voz. Não são ouvidos coros e normalmente, há só um cantor. As terças e as quintas são feitas pelos instrumentos e não pelas vozes.



A música cigana romena

Ao contrário das convicções habituais, música de ciganos romenos não apresenta um estilo unificado. Na realidade, a maioria das gravações daquele país são de baladas populares romenas tocadas por ciganos. Há 3 estilos principais de música de cigana na Romênia.



A Música cigana brasileira

No Brasil , apesar da presença dos ciganos desde o século XVI, eles têm pouca influência em nossa música popular. Aqui, o estilo de música cigana mais tocada é a Kalderash, própria para dançar com acompanhamento de ritmo das mãos e dos pés e sons emitidos sem significação para efeito de acompanhamento. Esse tipo de música é repetida várias vezes enquanto as ciganas dançam. Alguns outros clãs de ciganos no aqui no Brasil conservam a música tradicional dos ciganos húngaros, um reflexo do estilo de música do leste europeu com a influência do violino, que é um dos símbolos mais tradicionais nas músicas ciganas.

Ritmos ciganos no Brasil:
- o ritmo baladi que vem do Egito envolve movimentos com objetos ciganos. Alguns movimentos envolvem lenços, punhais, espadas, adagas, potes de água e até mesmo garrafas de bebidas nas mãos;

- a Zapaderin, dança secreta das ciganas, que invoca o amor do cigano.


- Manouche e Sinti é o ritmo que traz do íntimo da mulher a sensualidade, a alegria e a beleza de sua força interior.



A música cigana russa
De acordo com as antigas crônicas russas, o primeiro cigano chegou na Rússia no século XV. Desde que foram proibidos instrumentos musicais na Rússia entre os séculos XIV e XVII, o cigano russo criou uma tradição musical baseada em coros.

No século XVIII, apareceu um instrumento sem igual: o violão de sete cordas. Até muito recentemente, este era quase o único instrumento tocado pelo cigano russo. Este violão, afinado em SOL permite linhas de baixo melódicas como também harmonias que podem lembrar um jazz. As percussões eram, sempre presentes, feitas com utensílios de cozinha como colheres e panelas. E noutras vezes era utilizado o pandeiro ou o que chamamos de “percussão no corpo” com batidas de pé ao chão, estalos de dedos e batidas com as palmas das mãos, nas próprias mãos e em outras partes do corpo.

A tradição de coros de ciganos alcançou seu cume no século XIX e continuou até a revolução. Cabarés, caracterizando os músicos ciganos, como o " Yar " em Moscou eram renomados, e foi descrito na literatura russa, (i.e. Pushkin). Durante aquele período, o cigano russo cooptou o estilo russo de romances musicais. O violino apareceu, importado dos ciganos dos Bálcãs.

Além deste estilo, eram tocadas, em casa, as canções tradicionais. Apesar da revolução, guerras, escassezes ou emigração a herança musical desse cigano sobreviveu.



A música cigana ucraniana
Esta música quase que desapareceu hoje em dia, pois foi sendo substituída pela música cigana russa. Quando a ouvimos, percebemos que está baseada no cymbalum e está muito próxima do estilo Moldaviano.


A música cigana européia Ocidental
• Jazz Cigano: Este estilo de música cigana, foi criada por Django Reinhardt em 1930, junto com Stéphane Grapelli. É uma mistura de Jazz e música cigana tradicional, tal qual os estilos Kalderash e Lovara. Este estilo quase chega a ser a única música que as pessoas ouvem no norte da França e Alemanha.



A música cigana da ex-Iugoslávia
A música cigana Vojvodina emergiu de uma mistura de estilos diferentes. Como o Vojvodina era uma região da borda do Império otomano, podem ser facilmente reconhecidas as harmonias e ritmos turcos, e tendo sido uma parte de Hungria, existem fortes influências húngaras. Esta música evoluiu em acampamentos ciganos como uma dança e música de festa. E é quase que completamente tocada e cantada por homens. O violino desempenha o principal papel, um pouco como um " Balletmeister ". Na realidade, nós ainda podemos ver tocadores de violino que cantam e tocam para que haja a harmonia nos acampamentos.

Além deste instrumento de solo (o violino), podem ser ouvidos também tamburitsas. Este instrumento também é encontrado no Burgenland da Áustria, é um violão de quatro cordas. Nas formações típicas do Vojvodina têm três tamburitsas, um na frente que toca em terça às variações do violino para dar um ritmo , e um contralto que toca mais baixo em quinta, criando as linhas melódicas.



Ao contrário da música dos ciganos da Sérvia, o ritmo é bastante imponente, mas cheio de síncopes. Um solista ao violino conduz a melodia e os outros tocadores realizam a parte rítmica , enquanto realizam o baixo e a segunda voz.
• Música de ciganos sérvios: A base das orquestras ciganas, neste país são o acordeão e o violino. Em contraste com a música do Vojvodina, os ritmos são muito mais orientais; 7/9, 11/13 são habituais na execução de seus compassos.

• Macedônia: Dois tipos diferentes de música coexistem neste país. Primeiro, orquestras de metal que são usadas quase que exclusivamente para casamentos e funerais, como ilustrado nos filmes de Kusturitsa. Uma versão mais antiga deste tipo de música existe, onde todos os instrumentos de metal são substituídos por zurnas, um instrumento turco relacionado ao clarinete. O outro estilo é o flamenco, no qual eles também usam instrumentos de metal, mas das harmonias, e qualquer pessoa, ao ouvi-la, diz que parece-se emmuito com a música de Andalusia.

• Na Croácia, Eslovênia e Bósnia, diferente dos Iugoslavos, estilos diferentes coexistem. É muito difícil de descobrir o que era a música original, especialmente porque a maioria dos grupos , hoje, toca com instrumentos elétricos.



Música cigana balcânica
A música do cigano balcânico é influenciada muito fortemente pela ocupação turca,que se deu durante pelo menos 500 anos , naquela região. Porém, há estilos diferentes em cada uma das regiões e tipos diferentes de música.

Orquestras de metal: Estas orquestras tocam originalmente em casamentos e funerais e são encontradas na Sérvia, Macedônia e Bulgária. Elas foram quase imortalizados nos vários filmes de Kusturica.



Zurna e outros instrumentos de sopro: originalmente, a maioria dos músicos toca a Zurna. Um tipo de clarinete em madeira que era usado pelo exército turco como um sinal de ataque nos campos de batalha. Muitos ciganos tocaram a zurna nos exércitos otomanos, e por esse motivo mantiveram o uso desse instrumento. Hoje em dia, é substituído freqüentemente pelo clarinete e o saxofone. Originalmente as percussões eram realizadas pelo tepan, um tambor turco.


Múscia cigana carpathian
O verdadeiro Carpathian dos músicos ciganos é muito mais autêntica dos que as pessoas pensam: violino, baixo e cymbalom. Na Hungria é chamada “música de restaurante” e nas repúblicas checas e eslovacas é cantada ainda em romani.



Música cigana nórdicaHá três grandes estilos entre os grupos de ciganos nórdicos:

1- O flamenco;

2- O jazz cigano;

3- E a música cigana russa.

Todos esse estilos têm o violão, em comum, como instrumento e, com exceção do jazz cigano, há uma arranjo melódico para as vozes muito bem feito.

Na realidade, olhando para música cigana russa e o flamenco todos freqüentemente se surpreendem pelas semelhanças existentes entre os dois.

Apenas o Jazz Cigano, uma criação de Django Reinhardt em 1930 é diferente. Pois, é autenticamente cigano, sem deixar de ser um novo estilo para a época. Sendo tocado predominantemente pelo clã dos Sinti (ciganos do sul da França).


Música cigana Vlax-Kalderash
Como o estilo nórdico, o Vlax-Kalderash possui muitos estilos diferentes:

Por um lado, há a música de lautari " romena ", com cymbalum, violino, etc. prevalecente na Romênia e Transilvânia, a música do Vojvodina, com sua característica utilização de quatro violões , e finalmente o Vlax húngaro música cigana, com violão e baixo feito pela voz.









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