Resenha | O Príncipe dos Canalhas

Leitores, tudo bem?
Em primeiro lugar preciso explicar uma coisa para vocês.
Não costumo postar resenha de um mesmo gênero literário uma atrás da outra como estou fazendo, visto que nossa última postagem foi sobre o romance de época "Ligeiramente Maliciosos". Lembram-se?
No entanto ouve um problema com as entregas dos meus livros de parceria com a Arqueiro e acabei recebendo todos os livros de uma vez e lendo um atrás do outro. Tenho outros livros para resenhar que eu poderia intercalar aqui, mas o que acontece é que estou bem atrasada mesmo com as postagens de parceria, por isso as postagens ficaram tão próximas. Também estou aproveitando essa "vibe" deliciosa que sinto ao ler esses belos romances... Gosto demais!!!
E o livro de hoje é especial, por vários motivos, querem saber? Então venham... \o

O Príncipe dos Canalhas - Loretta Chase

 O Príncipe dos Canalhas - Sebastian Ballister é o grande e perigoso marquês de Dain, conhecido como lorde Belzebu: um homem com quem nenhuma dama respeitável deseja qualquer tipo de compromisso. Rejeitado pelo pai e humilhado pelos colegas de escola, ele nunca fez sucesso com as mulheres. E, a bem da verdade, está determinado a continuar desfrutando de sua vida depravada e pecadora, livre dos olhares traiçoeiros da conservadora sociedade parisiense. Até que um dia ele conhece Jessica Trent...Acostumado à repulsa das pessoas, Dain fica confuso ao deparar com aquela mulher tão independente e segura de si. Recém-chegada a Paris, sua única intenção é resgatar o irmão Bertie da má influência do arrogante lorde Belzebu.
Liberal para sua época, Jessica não se deixa abater por escândalos e pelos tabus impostos pela sociedade – muito menos pela ameaça do diabo em pessoa. O que nenhum dos dois poderia imaginar é que esse encontro seria capaz de despertar em Dain sentimentos há muito esquecidos. Tampouco que a inteligência e a virilidade dele pudessem desviar Jessica de seu caminho.
Agora, com ambas as reputações na boca dos fofoqueiros e nas mãos dos apostadores, os dois começam um jogo de gato e rato recheado de intrigas, equívocos, armadilhas, paixões e desejos ardentes.

Autora: Loretta Chase| Editora: Arqueiro| Ano: 2015| Páginas: 288| Idioma: Português 

Minha resenha

Quando pegamos um romance para ler sempre nos são apresentados personagens adoráveis e com a aparência física perfeita. Raros os casos em que isso não acontece e esse livro é um desses casos.

O que dizer de Sebastian Ballister o Marquês de Dain?

Sou romântica demais, todos vocês que me seguem aqui no blog já devem ter percebido, eu me envolvo com as histórias e sempre me apaixono com os personagens masculinos como se fosse eu a mocinha do pedaço, melhor dizendo, sinto o que a protagonista sente e me envolvo, me acabo. Com Dain aconteceu exatamente isso.

Não adiantou nada saber que ele era um homem impossível, não leitores, eu logo percebi como esse Lord Belzebu era doce.

O nosso marquês de Dain nasceu um tanto quanto diferente, com um corpinho desproporcional e um nariz horroroso ele espantava até as babás e seu pai o evitava, somente sua mãe lhe dedicava algum carinho assim mesmo quando tinha tempo. Naquela época, entre os nobres e bem nascidos era costume as babás criarem os filhos e as mães marcarem uma hora em que poderiam receber o bebê/criança em seus aposentos, ou até mesmo marcavam um dia na semana para lancharem e juntos. Amamentar, ter os filhos no mesmo quarto ou acalentar na hora de dormir, era inconcebível.

Tendo isso em conta o leitor já vai compreendendo como Dain ficou tão rude e irascível. Mas as coisas ainda pioraram, a mãe dele se foi, deixou-o com o pai e esse o mandou para um colégio interno. Foi o inferno na terra para o menino já tão maltratado psicologicamente pela aparência e pelo abandono materno, o bullying que Dain sofreu marcou uma fase que moldou sua personalidade. Era encarar ou morrer mergulhado no ostracismo para sempre, ele resolveu encarar. 

Ele se tornou adulto.

E a aparência dele não mudou com os hormônios da juventude não, pode-se dizer no máximo que ele ficou um tanto exótico, para não falar de seu tamanho descomunal, sua pele azeitonada e seu nariz avantajado.

Sebastian era todo grande, mas “todo” mesmo, digo isso e as mocinhas suspiram... kkkk. Não se preocupem suspirei muito também. ;)

Pois então, somem toda essa aparência aos apelidos que seus amigos, as mulheres e todas as pessoas que o conhecem o chamam; safado, autoritário, cachorro, estúpido, libertino, sem vergonha, indecente. E se não bastasse ele mesmo se via como um monstro. Monstro e devasso, visto que sempre se deitava com prostitutas. Sentia-se seguro pagando por sexo e essa era sua cartilha, não pretendia mudar. Até que... Jessica Trent acontece. 

Ela é uma mulher a frente de seu tempo, uma das mocinhas mais fofas que já conheci através dos livros. Ela fala o que pensa, não tem trava na língua e deseja ardentemente ser independente, quer abrir uma loja de antiguidades e é nisso que foca sua vida até ter que viajar a Paris para dar um jeito no seu irmão doidivanas. Com sua avó, Lady Pembury, ela já chega colocando ordem nas coisas dá de cara com Dain e fica louca por ele.

Sim, Jessica não vê nada além de um homem lindo, enorme e sensual com belíssimos olhos negros, ela fica de quatro, e encara essa atração de maneira até engraçada. Ela lida bem com os sentimentos, isso é algo especial dessa personagem.

Mas Jessica precisa que Dain ajude seu irmão, ela quer que o irmão volte para Londres com ela e a avó, e a história gira um pouco em torno disso e depois é tudo sobre a virtude de Jessica e sobre como Dain Belzebu safado está tão apaixonado por ela que sua alcunha de canalha safado se vê ameaçada. 

Os dois não não estão para brincadeira e se expõem tanto diante da aristocracia Parisiense que para não arruinar a reputação da moça a única solução é se casarem, Feito isso, nos termos de Jessica, as coisas esquentam a níveis deliciosos.

O relacionamento dos dois chega a ser cômico, pois Dain é cheio de traumas, e Jessica, desbocada como só ela vai abrandando o coração desse Belzebu irritante, fazendo com que ele mostre seu melhor, sua candura e sua paixão. As conversas entre os dois são um caso a parte, são diálogos cheios de humor negro e ironia. E as cenas hot... OMG! São daqueles de esquentar a calcinha, sem coragem de me expressar melhor... rsrsrs. Quase morria quando ele falava baixinho e em italiano no ouvido dela, muito excitante.

Jessica está tão à altura de Dain que ela dá um tiro nele e isso faz com que ele a admire ainda mais, pode? Sim, pode, pois é essa faísca louca, e esse gênio do demônio que Jessica tem, que faz dela a melhor entre todas.

E para coroar a trama aparece um filho bastardo que Dain não esperava, mas o que faz Jessica? Ela faz o que pode e o que não pode para aproximar os dois e isso é de encher o coração de qualquer um, me derreti em lágrimas quando os dois se encontram pra valer, pai e filho.

Terminarei a resenha dizendo que esse foi um dos melhores romances de época que já tive o prazer de ler, Loretta Chase tem em mim uma fã ardorosa. Recomendo o livro com mil estrelinhas. *.*

Obs.: Marquei uma montanha de quotes no livro, todos tão lindos e necessários, mas se colocasse todos seria mais de trinta, não posso e não devo, então fiquem com esses:

"Seu herdeiro era uma coisa verde e enrugada com grandes olhos negros, braços e pernas desproporcionais e um nariz grosseiro e exagerado. E chorava a plenos pulmões, sem parar." 

"... Jessica reconhecia o sabor da derrota. Depois de apenas três meros encontros com Dain, uma simples atração animalesca havia se transformado numa paixão arrebatadora." 

"- Agora, quanto a você, Srta. Megera Trent...- Adoro esses apelidinhos carinhosos - disse ela, fitando-o. - Cabecinha de vento. Tontinha. Megera. Ah, fazem meu coração palpitar!" 

“– Devo estar encantado – disse ele, no mesmo tom. – Ando com uma ideia imbecil de que você é a garota mais bonita que eu já vi. Com exceção desse seu penteado – acrescentou, olhando com asco para os cachos, as plumas e as pérolas. – É pavoroso.”

“– Jessica, você é irritante, sabia? – Ele torceu o nariz para ela. – Se eu não fosse tão apaixonado por você, a jogaria pela janela. Ela colocou os braços ao redor da cintura do marido e encostou a cabeça em seu peito. – Não somente apaixonado, mas imensamente apaixonado."

"Dain viu quando a mão dela se moveu até os cordames que prendiam o corpete.- O casamento exige ajustes - disse ela. - Se é uma prostituta que você quer, então devo agir como uma delas.Ele tentou fechar os olhos, mas não lhe sobraram forças. Olhava fixamente para os dedos esguios e graciosos dela e seus movimentos endiabrados... "

"- Eu amo as suas mãos. - A voz denunciava um sussurro acalentador.- Sei bella - respondeu ele asperamente, apertando-a ao redor da cintura. Tão firme e suave, mas, ah, tão pequena sob aquela mão enorme."

"Como uma gatinha assustada. Mas ela não estava assustada. Confiava nele. Uma gatinha inocente e frágil.- Oh, Jess, você é tão pequena - murmurou ele desesperado. Dain a acariciou gentilmente por dentro, mas, por mais quente e úmida que ela estivesse, ainda assim era estreita demais, apertada demais para ele.Seu membro intumescido pelo desejo pressionava-lhe furiosamente as calças, um invasor enorme e monstruoso que a rasgaria e a deixaria em frangalhos. Dain sentia vontade de chorar, gritar."

"Ele a fitou incrédulo.- Jess?Ela murmurou alguma coisa e se aconchegou um pouco mais, apoiando a cabeça na curva do seu ombro.E ele ficou ali, boquiaberto, observando, por mais um longo minuto, aquele rosto bonito e adormecido.Como um maldito homem, pensou ele, exasperado. Conseguiu o que queria, depois se encolheu e dormiu."