Resenha || A peculiar tristeza guardada num bolo de limão - Aimee Bender

 Olá tracinhas \o/

Vocês sentiram a minha falta? Espero que sim, para que meu ego volte ao normal...rsrs

Como eu expliquei no Facebook essa semana fiquei assistindo séries e lendo muito, sim, estou lendo só coisa boa gente... maravilha demais sô :p

Mas tive o prazer de ler um belo livro da editora LeYa e fiz a resenha para vocês, querem ler? Vamos lá então galera leitora linda *.*

O que você faria se pudesse sentir o gosto das emoções? Rose Edelstein é uma menina que descobriu ter um talento incomum: ela sente o sabor das emoções das pessoas que preparam aquilo que come. E tudo começou semanas antes de seu aniversário quando, depois de uma briga com seu pai, sua mãe resolveu fazer um delicioso bolo de limão. Imagine o que você faria se seu paladar pudesse decifrar o gosto das emoções? É com isso que Rose tem de conviver daqui para frente. Com apenas nove anos, a curiosa menina sabe o que cada um sente secretamente e percebe que nunca mais comerá seus pratos preferidos do mesmo jeito. E o que ela pode fazer para lidar com isso?
Autora: Aimee Bender| Editora: LeYa| Páginas: 304 

Quando a LeYa lançou essa obra fiquei muito curiosa em ler , confesso que o título foi o que mais me chamou a atenção. A sinopse me enganou... Não, ela não mente sobre a história, mas eu não esperava ler o que li(senti).

A peculiar tristeza guardada num bolo de limão é um desses livros que quando você termina a leitura se sente remexido por dentro de forma inesperada, não sei bem como explicar, mas falando como leitora, blogueira e principalmente como mãe me senti chacoalhada, e honrada em tê-lo lido.

Vou dar uma prévia dos personagens antes de me ater ao que realmente senti e ao que você leitor poderá sentir ao ler esse lindo livro.

Rose é uma menina de nove anos simpática, afável, calma e muito madura e inteligente para sua idade. Como a própria sinopse diz, num belo dia, sua mãe prepara um delicioso bolo de limão para comemorarem seu aniversário, mas Rose se sente afoita para comer o bolo antes mesmo de este receber sua cobertura de chocolate... Enfim, ela experimenta e do nada começa a ter sensações estranhas, ela se sente perturbada e repara que vem a sua boca o gosto amargo e oprimido do que sua mãe sentia ao fazer a massa, Rose sente os sentimentos de sua mãe, como se fosse os seus próprios. E a partir de então tudo o que ela come lhe trás os sentimentos das pessoas que cozinharam os alimentos.

Tudo sobre os personagens giram em torno de nossa protagonista Rose.

Seus pais, seu retraído irmão e os demais que aparecem no decorrer da narrativa.

São histórias que acontecem se entrelaçando a vida da menina, que começa desde os seus nove anos de idade, início de seu dom, até seus 22 anos de idade.

Na medida em que fui lendo me senti incomodada com o pai de Rose e Joseph (seu irmão), um homem um tanto taciturno e em minha opinião, negligente ao extremo com o próprio filho.

Joseph é um menino com inteligência avançada, calado, cheio de problemas que somente Rose vê, seus pais parecem “deixar quieto” pra não assimilar a verdade da “coisa” e não terem que reagir, e o pior, lendo nós nos damos conta de que realmente existem muito mais pais assim do que se percebe.

O livro fez isso comigo, fui lendo e analisando a peculiaridade dos acontecimentos, a mente criativa e muitas vezes triste de Rose, triste e até conformada.

Ela lidava de forma madura com o seu dom, uma menina que nos conquista do começo ao fim dessa história familiar.

Um livro que fala de família, afetos, desafetos, de afeto demais, mas percepção de menos. Vou resumir isso numa frase um tanto bruta: Pais carinhosos, provedores, mas que vão “levando com a barriga” tudo que se refere ao psicológico de seus filhos.

A autora traça um caminho maravilhoso no decorrer da narrativa e o drama não é arrastado e moroso, ou mesmo algo que vá te deixar depressivo, pelo contrário, a gente se sente compelido a mergulhar de cabeça em tudo e reavaliar muitos conceitos sobre nós mesmos.

Eu costumo dizer aqui em casa que quando não estou com vontade de cozinhar eu não cozinho. Pois não quero envenenar o espírito de ninguém, aprendo isso com uma amiga a tempos atrás, que me disse que até uma mãe pode envenenar seu leite de peito ao amamentar com a alma cheia de ódio e tristeza. Então tudo isso ficou intrínseco pra mim lendo esse livro.

Rose sentia, pois era uma menina rara e de rara sensibilidade, como todos nós somos, leiam o livro, degustem a história e aprenda, esse livro ensina muito.

De maneira delicada, gentil e cheia de emoção a autora nos brinda com esse livro incrível, o melhor do gênero que li esse ano.

Espero que tenham curtido a resenha, até a próxima galera, milhões de abraços com cheirinho de livros *.*