Resenha || Cruzando o Caminho do Sol

Olá tracinhas leitoras!!!

Espero que vocês tenham tido um fim de semana divertido e tenham descansado também.

Meu domingo foi de descanso, normal.     \o

Hoje resolvi vir aqui no blog falar para vocês de um livro especial, um livro que me emocionou.

Vou resenhar Cruzando o Caminho do Sol.

Sinopse

Autor: Corban Addison

Editora: Novo Conceito

Gênero:Drama/romance

Número de Páginas: 447

Resenhista: Vivi Blood

Minha Resenha

Pág. 93

Primeiro quero dizer a todos os meus seguidores que esse livro me trouxe crescimento.

Não sei dizer em que ponto eu mais me enterneci com a leitura, e sem pieguices eu realmente acho que todos assuntos do gênero que o autor Corban abordou neste livro deveriam ser mais expostos pela mídia, todos nós sabemos da escravidão humana moderna, sabemos o que várias mulheres, crianças de ambos os sexos e homens sofrem em todos os continentes do mundo e mesmo assim ainda nos assustamos quando nos damos conta dessa miséria humana.

O autor romanceou de forma pragmática e sem rodeios o que acontece nas podres sarjetas de Mumbai (Índia), Paris, e alguns locais dos Estados Unidos.

Nada menos do que o tráfico de seres humanos para o uso sexual e também para servirem de "mulas" para traficar drogas.

Corban Addison nos conta a história de duas adolescentes, Sita e Ahalya. E paralelamente nos conta a história de Thomas, um advogado que por um desses tropeços tristes da vida tem seu futuro mesclado ao das meninas. Ahalya e Sita moram com seus pais no litoral indiano, num bangalô a beira mar. Elas são boas filhas, meninas felizes com futuros promissores, até que numa manhã um tsunami abala suas vidas, o mar não somente leva seus pais, a avó e também a empregada muito estimada pela família, mas sim leva a inocência das almas de Ahalya e Sita. 

O que acontece no decorrer do livro vai mostrando como as pessoas tentam destruir a essência umas das outras, mas quando o amor e a esperança prevalecem isso pode não acontecer.

Eu tento não tirar o foco da resenha em si, mas não consigo, acho que vocês perceberam, mas é que  Cruzando o caminho do sol  me fez analisar vários aspectos da minha vida, e dos seres humanos em geral, como por mérito e "ganho" próprio as pessoas podem denegrir seu próximo. 

E não, não estou aqui falando religiosamente, longe de mim, é um questionamento pessoal, meu, e tenho certeza de que todos que lerem essa obra farão isso. 

Voltando... Após o tsunami as duas irmãs (que por milagre se salvam) procuram ajuda, mas ninguém por perto, os pais mortos, tudo aniquilado. Ambas colocam os pés na estrada, só pensam em pedir ajuda no colégio interno no qual estudam, na cidade de Chennai, no entanto precisam de transporte e pensando nisso vão até uma vila de pescadores onde encontram no meio do caos um rosto conhecido, e Ahalya pede ajuda a esse homem, quem ela se lembra de ver seu pai conversando alguns meses antes.

E tem início toda a tragédia das duas moças, desde esse momento elas são vendidas como um mero objeto para o sexo.

Passam de mão em mão, são ameaçadas e maltratadas.

Quando chegam a Kamathipura, maior zona de prostituição de Mumbai as meninas são levadas a um bordel, onde ficam escondidas num sótão, até serem postas a venda, e Ahayla tem sua virgindade vendida, e é estuprada.

O destino de Sita é seguir sua irmã. Serão então o que os indianos chamam de beshya, imundas, mulheres sem dignidade. Mas Ahalya não se deixa abater, pois pensa na irmã Sita, precisa protegê-la.

Em contrapartida nos deparamos com Thomas, que já mencionei antes, advogado com futuro brilhante. Mas Thomas está rasgado por dentro, ele perdeu sua filha, e sua esposa o deixou. Ele se remói de remorsos por suas atitudes em relação ao seu casamento.

Sem rumo, com a vida sem sentido ele presencia o rapto de uma garotinha de 11 anos num parque em que estava. Após esse acontecimento, que o deixa atormentado, Thomas é levado por alguns acontecimentos adicionais a Mumbai, onde começa a trabalhar numa ONG que salva e recupera meninas de prostíbulos, enfim... Não preciso dizer que no meio disso tudo ele se envolve nas vidas de Ahalya e Sita. Faz uma promessa e coloca sua vida em risco para cumpri-la.

Um drama muito bem enredado, uma história permeada de amor, fé, esperança, tudo que precisamos para suportar tanta dor, me emocionei do começo ao fim, e chorei muito.

O autor fez um belíssimo trabalho de pesquisa para escrever o livro, que é dividido em quatro partes, em cada capítulo ele nos brinda com frases e versos de diversos autores consagrados, inclusive de Rabindranath Tagore, o meu preferido.

A Novo Conceito como sempre nos presenteia com uma obra muito bem feita, páginas amarelas, nas quais não encontrei nenhum erro ortográfico. A capa tem sua beleza indiana que me encantou, com uma mandala envernizada e um rosto delicadamente envelhecido, primoroso, de muito bom gosto.

Recomendo a leitura para todas as pessoas, que de alguma forma vocês possam pesquisar mais afundo sobre os fatos reais que inspiraram o autor a escrever essa ficção, e quem sabe fazerem a diferença. Assim como Thomas.

Beijos da Vivi Blood.