Minha amiga Megumi Xing me recomendou a leitura de uma matéria interessante do blog Livro e Café. Corri no blog e encontrei um texto sobre uma pesquisa científica sobre como um livro pode realmente mudar a vida de um leitor. Nada acadêmico, pelo contrário, a reportagem explica com simplicidade isso que nós leitores sentimos quando uma determinada história nos marca de maneira tão profunda.
Sem delongas pedi autorização da dona do blog para "repostar" aqui no Razão a matéria todinha. Curiosos? Então leiam tudo sobre.
A Ciência Explica Como Um Livro Pode Realmente Mudar A Sua Vida
Um leitor sempre diz que a leitura de um determinado livro transformou a sua vida, mas agora os cientistas descobriram que desfrutar de um romance pode fazer uma mudança real, mensurável no cérebro também.
Pesquisadores norte-americanos da Universidade de Emory, em Atlanta, usando scanners de ressonância magnética para identificar as redes cerebrais associadas com o ato de leitura, descobriram que mudanças no cérebro permanecem por alguns dias após a leitura de uma poderosa obra de ficção.
Eles iniciaram com a missão de desvendar o mistério de como as histórias “entram” no cérebro e encontraram os efeitos prolongados que a literatura provoca.
“Livros podem moldar a nossa vida e, em alguns casos, ajudar a definir uma pessoa. (…) Queremos entender como as histórias entram no cérebro e o que elas fazem para isso”, disse Gregory Berns, principal autor do estudo publicado na revista “Brain Conectivity.
Um total de 12 alunos participaram do experimento e leram 9 capítulos do romance de Robert Harris, Pompéia, que contém uma forte linha narrativa. O personagem principal decide voltar para uma cidade próxima a um vulcão em atividade para salvar a pessoa amada.
Diferente dos outros estudos, que procuram verificar o estado do cérebro durante a leitura, o estudo apresentado, estava especificamente preocupado com os efeitos após o término da leitura.
Durante algumas semanas, os alunos liam toda noite 30 páginas do livro e no período da manhã seguinte realizaram testes no laboratório, que teve o cuidado de conferir se os estudantes haviam mesmo feito a leitura através de um quiz.
Os resultados mostraram uma elevada conectividade no córtex temporal esquerdo – uma área do cérebro que está associada com a receptividade para a linguagem – nas manhãs seguintes às tarefas de leitura.
“Os participantes não estavam lendo durante o exame, mas mesmo assim mantiveram as conectividades cerebrais elevadas”, informou o professor Berns. “Chamamos isso de ‘atividade sombra’, quase como uma memória muscular”, acrescentou.
Uma conectividade intensificada também foi observada no sulco central, que é a região do motor sensorial primário do cérebro.
Os neurônios desta região estão associados com a criação de sensações para o corpo, de modo que só de pensar em iniciar uma tarefa, por exemplo, pode ativar os neurônios associados ao ato físico de execução.
“As mudanças neurais que encontramos, associados aos sistemas de sensações e de movimento físico, sugerem que a leitura de um romance pode transportá-lo para dentro do corpo do protagonista”, disse o Professor Berns. “Nós já sabíamos que boas histórias podem colocar uma pessoa no lugar de outra em um sentido figurado. Agora sabemos que algo pode estar acontecendo também biologicamente”, completou.
Ele afirmou que as mudanças neurais não são reações imediatas e permaneceram cinco dias após os participantes completarem o romance. Porém garantiu que “continua a ser uma questão em aberto o quanto tempo essas mudanças neurais pode durar, pois o fato de que estamos trabalhando com resultados de um romance distribuído aleatoriamente, temos a sugestão de que os romances favoritos de cada um pode ter um efeito maior e mais duradouro sobre a biologia do cérebro.”
Ler romances de Jane Austen ativa no cérebro áreas próximas e mais comumente associadas ao toque e movimento, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores norte-americanos.
Os resultados surpreenderam os neurocientistas que esperavam ver mudanças em regiões do cérebro que regulam a atenção como as principais diferenças entre leitura casual e focada.
Mas os resultados da ressonância magnética funcional (FMRI) foram surpreendentes, analisando os leitores parecia que esses se colocavam fisicamente dentro da história.
Leitores testados foram convidados a ler de duas formas: Por várias vezes foram incitados a ler e navegar casualmente pelo texto, como se estivessem numa livraria; Outras vezes eles foram incitados a mergulhar profundamente na leitura.
Natalie Phillips, professora de Literatura e cultura do Século 18 (Universidade de Michigan), que conduziu o estudo disse:
“O que está nos deixando surpresos em nossa análise de dados precoces é o quanto o cérebro inteiro – ativações globais em um número de diferentes regiões – parece estar mudando entre o prazer e a leitura atenta.”
Com voluntário lendo, professor Phillips e sua equipe digitalizam seus cérebros, ao mesmo tempo rastreiam seus movimentos oculares, respiração e batimentos cardíacos.
Inesperadamente eles descobriram que uma leitura atenta ativa partes do cérebro normalmente envolvidas no toque e movimento – como se os leitores fosse protagonistas dentro da história, inseridos no livro.
A pesquisa se encaixa em um novo campo interdisciplinar às vezes chamado de neurociência literária.
Outros pesquisadores estão olhando como a poesia e ritmos afetam o cérebro, bem como metáforas excitam regiões sensoriais.
Sua pesquisa espera revelar uma imagem mais completa dos mistérios da cognição humana é um importante ponto de passagem entre a arte e a ciência.
Fonte: Blog Livro e Café
Nossa, que legal!! Adorei isso!!! Muito bom!
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