11 maio 2013

Sétima Arte - Poltergeist - Claudio Gaspari

  Olá tracinhas \o/
Ok... eu sei... eu sei, estou sumida novamente.
Serviços de internet estão me deixando louca e estressada, ainda sem banda larga, mas não vou ficar aqui reclamando, vocês sabem como essas coisas são. Quanto tudo estiver resolvido serão os primeiros a saber. Hoje vou postar uma matéria maravilhosa que nosso colaborador Claudio enviou-me semana passada.
Mais do que uma dica de cinema ele nos escreve sobre o filme com muita propriedade, vamos conferir?


                                                   


Existe uma expressão interessante no teatro, chamada “a quebra da quarta parede”. Para entendê-la imagine que o cenário é composto de duas paredes laterais e o fundo. A quarta parede seria imaginária e separaria os atores da plateia. Em algumas peças, os atores quebram essa quarta parede, interagindo com os espectadores ou invadindo seu espaço. Temos, assim, a quebra da quarta parede.
Por que falo sobre isso? Porque o filme que lhes trago dessa vez é um clássico do terror moderno, que acabou quebrando a maldita quarta parede da minha casa.
Vamos falar sobre Poltergeist, filme produzido e escrito por ninguém menos que Steven Spielberg e com direção de Tobe Hoper. Nele, acompanhamos todos os problemas vividos por uma família suburbana frente a um fenômeno parapsicológico, chamado poltergeist.
Hoje, esse nome esquisito, “poltergeist”, já está na cultura popular, mas ,na época em que foi lançado, ninguém sabia exatamente o que era esse troço. A palavra é alemã e significa espírito barulhento (polter = ruído, geist = espírito).  É usada para descrever fenômenos que ocorrem num ambiente onde as coisas se movem sozinhas e barulhos estranhos ocorrem sem nenhuma explicação. Segundo os espíritas, o poltergeist difere da assombração, pois, esse último, normalmente está associado a um local e tem uma longa duração e o poltergeist está normalmente associado a pessoas e tem curta duração.
Ok, vamos a ele? O filme se inicia com uma forma interessante de apresentar os personagens principais. É noite e todos dormem. O cão da casa, Buzz, passeia por todos os quartos buscando restos de comida que, por ventura, pudessem estar jogados. Sabemos, assim, que a família é composta por pai, mãe, uma filha adolescente e duas crianças. É quando a garotinha, Carol Anne, resolve ficar de frente para a TV fora do ar com seus chuviscos e conversa com o que ela passa a chamar de “Gente da TV”.


No dia seguinte, acompanhamos um dia comum de fim de semana no condomínio, com toda aquela cara de subúrbio norte americano que costumamos ver. Casas iguais, gente cortando grama, crianças brincando com carrinhos, galera tomando cerveja e vendo jogo de futebol americano. Tudo se passa de forma tão inocente que, por um momento, podemos acreditar que vamos ver um filme de comédia. Até a trilha sonora dessa parte lembra filmes de aventura pré-adolescente. Mas o diretor faz questão de deixar claro que a tempestade está chegando.
E, lentamente, os eventos estranhos começam a acontecer. Cadeiras que se movem sozinhas, armários abertos sem que haja pessoas no ambiente, luzes que piscam fortes demais. Fora a garotinha que insiste em conversar com a tal “gente da TV”. Chega um momento em que os pais não conseguem mais ignorar os fatos e até passam a brincar com isso. Em uma divertida cena, Diane, a mãe, mostra a Steve, o pai, o que acontece quando coloca qualquer coisa num determinado ponto da cozinha. O objeto é misteriosamente puxado por uma forca invisível. Inclusive, coloca a Carol Anne nesse local, a qual é arrastada pelo chão, sob os olhos assombrados de Steve.


Mas, é claro que a coisa não ficaria só nisso. E é durante a tempestade que se aproxima que a coisa toda vai pras cucuias. Entre raios, ventos fortíssimos e trovoadas, a árvore do quintal invade o quarto das crianças pela janela e tenta engolir (isso mesmo... engolir!) Robbie, o filho do casal. A confusão é tamanha que ninguém nota o desaparecimento de Carol Anne até que seja tarde demais.
É quando o filme realmente começa. Sabendo que algo sobrenatural se apoderou de sua criança, a família entra em contato com uma equipe de parapsicólogos no intuito de resgatar sua garotinha.
Então, todos se unem numa luta contra algo que não entendem bem, chegando ao ponto de invadir o próprio além para alcançar seu objetivo.
O filme tem cenas memoráveis e assustadoras. Algumas delas foram responsáveis por deixar muita gente sem dormir nos anos 80. Vou citar algumas a partir de agora. Se não quiser spoilers, não continue!
Em uma das cenas, um dos parapsicólogos se assusta com um bife que se move sozinho no balcão e cospe a coxa de frango que estava em sua boca, apenas para descobrir que ela estava cheia de vermes. Ao tentar se lavar na pia do banheiro, percebe que a pele de seu rosto está descolando e começa a se mutilar, se transformando num esqueleto vivo em frente a um espelho.


Toda a cena que envolve a invasão ao mundo sobrenatural e resgate de Carol Anne é espetacular, mas quando uma cabeça monstruosa aparece no portal de surpresa, é assustador!


A já citada cena da árvore engolindo Robbie durante a tempestade é fantástica. O garoto consegue passar uma cara de pavor genuína.


Diana está deitada de camiseta e calcinha, quando algo invisível a agarra e tenta tirar sua roupa. Durante o conflito, ela é arrastada pelas paredes do quarto.


A cena em que Diane escorrega e cai na piscina cheia de corpos é angustiante. Por alguns momentos, a gente acredita que ela não vai conseguir sair dali.


Agora vamos para a cena que me deixou sem dormir por um bom tempo. Lembram daquele blá, blá, blá todo lá em cima quando falei sobre a quebra da quarta parede? Pois é, chegou o momento de contar o que aconteceu. Entre os brinquedos do garoto Robbie, existe um palhaço. Ele é bem estranho e tem um sorriso meio macabro. Acontece que eu tinha um igual (ou, pelo menos, muito parecido). Numa das cenas mais aterrorizantes do filme, o palhaço ataca e enforca Robbie durante a noite.  Imagine Claudinho sozinho na sala, de luzes apagadas, vendo o filme na Tela Quente, na Globo, vendo aquilo e pensando: o desgraçado está me esperando no quarto. Não teve jeito. Dormi no sofá e, no dia seguinte, ao acordar, fui ao quarto, peguei o palhaço e joguei pela janela do sexto andar.


Acredito que Poltergeist seja um filme obrigatório para os amantes do gênero.  Mesmo hoje em dia, vale a pena dar uma conferida. Os efeitos especiais envelheceram bem e não são um empecilho para uma nova apreciação. Os atores estão em boa forma, inclusive o elenco mirim, que parece estar bem à vontade com tudo.
E assim terminamos de falar sobre essa pérola. Fiquem com algumas curiosidades macabras.

Curiosidades:

O filme tenta, em alguns momentos, fazer críticas sociais, como numa determinada cena em que Carol está vidrada na TV fora do ar e sua mãe coloca em outro canal dizendo que aquilo podia fazer mal a ela. Mas o canal que ela coloca está passando um filme sobre guerra com cenas pessoas morrendo, totalmente inadequado para uma criança daquela idade.
Heather, a atriz que fez Carol Anne, era uma garotinha que vivia muito doente. Os médicos a tratavam como se ela tivesse doença de Crohn, um problema inflamatório intestinal. Um belo dia, após as filmagens de Poltergeist 3, a garota foi submetida a uma cirurgia de emergência sem sucesso e veio ao óbito. Na necropsia se descobriu que seu problema nunca tinha sido a tal doença de Crohn e sim uma estenose congênita, facilmente tratável. Abaixo, a foto de sua lápide.


Dominique Dunne, que fez a irmã mais velha, também não teve um fim muito agradável. Após terminar um namoro conturbado, no qual sofria abusos físicos, a garota acabou sendo estrangulada pelo sujeito, que não aceitou o fim do relacionamento. Após 5 dias em coma, ela veio a falecer. Isso aconteceu após as filmagens de Poltergeist 1. Nos filmes sequentes da franquia, ela teve que ser substituída por outra atriz


Essas mortes foram seguidas de outras nos filmes subsequentes, fazendo com que se acreditasse que o filme fora amaldiçoado. Muitos atribuem a isso o fato de esqueletos reais terem sido usados nas cenas finais quando as lapides saem da terra.


Quando criança, eu não entendia muito, mas os pais de Carol Anne são chegados numa erva e adoram fumar antes de dormir.


























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7 comentários:

  1. Caramba, rárá... Muito bom o texto Claudio

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  2. Olá
    Nunca assisti por não ser muito fã do gênero, mas vou tentar assistir um dia desses.
    Beijos

    cocacolaecupcake.blogspot.com.br

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  3. Esse filme é um clássico do gênero, mas nunca tive coragem de assistir.
    Ótima resenha!!

    *bye*

    http://loucaporromances.blogspot.com.br/

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  4. Ai Vivi, eu não tenho coragem não, acredita?! HAHAHA Sou MUITO medrosa e fico gritando por qualquer coisinha. :(

    Um beijo,
    Luara - Estante Vertical

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  5. Já ouvi falar muito desse filme, e sempre tive curiosidade de vê-lo, mas sabe como é né? A gente vai deixando para depois, depois e nunca vê. E eu sou do tipo que quer ve um filme tem que ser na hora, senao perco o interesse.

    Mas um dia pretendo ver sim ^^

    Té mais...
    http://bmelo42.blogspot.com.br/ (tem post novo e uma enquete, vai lá ^^)

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  6. Eu gosto muito desses filmes! Embora me de muito medo! Eu adoro... e faz tempo que nao assisto. Tbm acho muito interessante ler sobre o que aconteceu durante e depois das gravações dos filmes. Muito sinistro e apavorante. Bjs

    MauMau

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  7. Oi Vivi, o Claudio novamente nos brinda com essa forma de escrever singular neh? Mas infelizmente dessa vez eu num curti a indicação.
    Nossa que filme horrível... Acho que nunca teria coragem de assistir, mas pra quem curte essas pegadas mais trashes é uma mão na roda.
    Bjokas amiga e pro seu colaborador tmbm!

    www.lerepensar.com

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